Vitorioso em todas as zonas eleitorais, Paes tem maior votação em Santa Cruz, com 72%


Essa foi a segunda vez seguida que o candidato do PSD venceu em todas as 49 zonas eleitorais do município. Na votação geral, Paes teve pouco mais de 60% dos votos válidos e Ramagem, quase 31%. Eduardo Paes faz o 4, número de eleições como prefeito do Rio
Reprodução/TV Globo
O prefeito reeleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), venceu em todas os bairros da cidade na eleição de domingo (6), que confirmou sua vitória em 1° turno.
Essa foi a segunda vez seguida que o candidato do PSD venceu em todas as 49 zonas eleitorais do município. Na votação geral, Paes teve pouco mais de 60% dos votos válidos e Ramagem, quase 31%.
A maior votação de Paes ocorreu na 25ª zona (Santa Cruz), onde obteve quase 72% dos votos.
Campanha na Zona Oeste deu resultado
Durante a campanha eleitoral a equipe de Paes focou suas agendas nos bairros da Zona Oeste do Rio. Além da ampla vantagem em Santa Cruz, o prefeito também teve grande votação em Campo Grande. No bairro, ele passou de 69% dos votos na 125ª Zona Eleitoral e 61% dos votos da 122ª zona.
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Na opinião da professora de Ciência Política da UFRJ e coordenadora do Laboratório de Partidos e Política Comparada (Lappcom), Mayara Goulart, Paes leva vantagem por não ser um candidato ligado a um território do município.
“Eduardo Paes não é um candidato de nicho territorial. Ele conseguiu dispersar bem os seus votos pela cidade e a sua votação em Santa Cruz é muito expressiva porque é o terceiro maior bairro da cidade do Rio de janeiro e concentra 3,5% dos votos. Paes distribuiu bem seus votos pela cidade inclusive nos bairros mais populosos”, comentou Mayara.
Eleição homogênea
A eleição desse ano teve um resultado bastante homogêneo, com votações bem parecidos em quase toda cidade. Em 44 das 49 zonas eleitorais, Eduardo Paes ficou em primeiro lugar, seguido por Alexandre Ramagem (PL) e Tarcísio Motta (Psol), em segundo e terceiro, respectivamente.
O candidato Marcelo Queiroz (PP) ficou em terceiro lugar em 6 zonas eleitorais, três na Zona Oeste e três na Zona Norte.
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Em Laranjeiras, na Zona Sul, bairro considerado reduto da esquerda, o comportamento da maior parte da cidade foi reproduzido. Lá, Tarcísio ficou em terceiro, atrás do candidato Alexandre Ramagem, do PL, partido identificado com a direita.
“A gente tem três candidatos que tem outro perfil de distribuição de votos pela cidade que não diz respeito ao território. Ramagem é um candidato de opinião. Ele capta as opiniões e preferencias de eleitores mais radicalizados a direita. Tarcísio capta a preferência dos eleitores de esquerda, que acabam se concentrando territorialmente apenas por uma questão de padrão de consumo”, analisou Mayara Goulart.
“E o Eduardo Paes não. O Eduardo amealhou votos de diferentes posicionamentos ideológicos, incluindo votos da esquerda e da direita”, completou a professora.
Voto útil no 1° turno
A cientista política Mayara Goulart acredita que os eleitores de esquerda no Rio migraram do Tarcísio Motta para o Eduardo Paes, optando por um voto útil capaz de resolver a eleição já no 1° turno.
“A votação da esquerda, que em 2020 foi significativa, se a gente somar Benedita e Marta Rocha, a esquerda chegou a 22% no primeiro turno. Nessa eleição a esquerda tinha uma ideia, um recado a mandar pra sociedade: ‘que não aceitaria bolsonarista governando essa cidade'”.
“O trauma do Crivella foi muito forte. (…) então o que a gente viu foi um voto útil da esquerda no Paes para mandar esse recado: ‘Extrema direita aqui não'”, analisou.
Força na Câmara de Vereadores
Além de conseguir se reeleger já no 1° turno, com ampla votação, Paes também mostrou sua força ao eleger uma bancada de vereadores forte na Câmara do Rio.
Contando apenas os vereadores dos 12 partidos de sua coligação, Paes somou 28 vereadores em sua bancada.
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Ao todo, a Câmara conta com 51 vereadores. Desse total, o PSD conseguiu eleger 16 vereadores, sendo o partido com mais representantes no legislativo municipal a partir de 2025.
Além do próprio partido, Eduardo Paes conta com outras 11 legendas de apoio: Podemos, PRD, DC, AGIR, Solidariedade, Avante, PSB, PDT, PT, PC do B e PV.
O maior partido de oposição na Câmara será o PL, com 7 cadeiras. Boa parte delas graças à votação recorde de Carlos Bolsonaro. Com 130.480 votos (4,30% do total), o candidato bateu seu próprio recorde como vereador mais bem votado da história no Rio.
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