Nando Reis explica processo que o levou a compor 600 canções na vida e fala de novo LP quádruplo


Cantor que surgiu no Titãs e segue em carreira solo foi entrevistado do g1 Ouviu, podcast e videocast do g1. ‘Busco fugir da falácia de que existe fórmula’, disse ele, sobre composições. Nando Reis sobre fama: ‘Fiquei deslumbrado, bobo’
Nando Reis, cantor que surgiu no Titãs e hoje segue em carreira solo, foi o entrevistado do g1 Ouviu, o podcast e videocast de música do g1, nesta terça-feira (8). O músico paulistano de 61 anos falou de seu novo álbum quádruplo “Uma estrela misteriosa” e detalhou o processo criativo e as histórias de algumas de suas mais de 600 composições.
Nando já teve músicas gravadas por artistas como Marisa Monte (“Diariamente”), Cássia Eller (“All Star”, “O segundo sol” e “Relicário”), Skank (“Resposta”, “É uma partida de futebol”) e Jota Quest (“Do seu lado”) e Cidade Negra (“Onde você mora?”).
“Estou há 42 anos trabalhando com isso profissionalmente. Lancei não sei quantos discos e músicas. É preciso uma busca por renovação, de não repetição. A força de uma expressão artística está na originalidade. Busco fugir da falácia de que existe uma fórmula”, disse ele. O cantor falou que ainda compõe “com caneta, papel e violão”.
O músico acredita que tem um talento para criar músicas, mas também se considera disciplinado e trabalhador. Para ele, a composição envolve inspiração e expiração, e depois do suor, se torna um trabalho “delicioso”.
Ele, claro, tem carinho e orgulho de sua obra, mas isso não o impede de querer lucrar o máximo com elas. Hoje, é comum que artistas vendam seu catálogo de músicas para exploração comercial. “O Pink Floyd ganhou 400 milhões de dólares… Eu gostaria que alguém viesse e me desse uma bolada. E eu ficaria só fazendo discos, iria viajar, faria a minha agro floresta”, disse, rindo.
Nando Reis é entrevistado no programa g1 Ouviu, no estúdio do g1 em São Paulo
Fábio Tito/g1
Nando disse que acha que é um “viciado” em trabalhar. “Tenho uma característica de adicção no meu comportamento, haja visto meu histórico com álcool, que me livrei. E manter uma carreira é um negócio gostoso. Tenho vontade de parar, viajo muito, deixo de fazer coisas das mais prosaicas”.
Quatro álbuns de uma vez
O cantor lançou o álbum quádruplo “Uma estrela misteriosa” revelará o segredo, o primeiro dele em oito anos. O disco tem 30 canções compostas entre 1988 e 2024, sendo 26 inéditas.
Para ele, gravar um disco é uma coisa misteriosa. “Toda vez que entro no estúdio, imagino fazer o melhor disco da minha vida”. Nando falou sobre sua paixão por fazer grandes álbuns. “Eu sou compositor, e o disco é o veículo que é da minha predileção. Eu gosto de fazer dessa forma”.
Nando Reis já venceu três prêmios do Grammy Latino e segue realizando mais de 100 shows por ano. Embora bastante ativo, a fase é outra, bem diferente dos tempos com o Titãs.
“Eu fiquei deslumbrado, fiquei bobo, fiz bobagens que me envergonho. Parecia um sonho, e aí você fica encantado”, disse Nando, ao ser perguntando sobre como lidou com sucesso do Titãs nos anos 80 e 90.
O músico falou ainda sobre seu reencontro com os Titãs após a sobriedade, para a bem-sucedida turnê por estádios em 2023. “O uso abusivo de álcool e cocaína, principalmente, foram muito devastadores. E foi muito gratificante reencontrá-los quando eu estava há seis anos sóbrio. A reparação é uma coisa tão importante a ser feita com as pessoas que você ama”.
Nando Reis é entrevistado pelas jornalistas Juliene Moretti e Carol Prado no programa g1 Ouviu, no estúdio do g1 em São Paulo
Fábio Tito/g1
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