Estoque de água, pilhas de rádio e aço nas janelas: brasileiros na Flórida se preparam para furacão Milton


Família de Katia Sarlet Rezende também estocou comida e água. O furacão foi classificado como “explosivo” pelo Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês). Família tirou todos os itens da área externa da casa (à esquerda) e fez estoque de água (à direita)
Arquivo pessoal
Uma família de brasileiros que vive na Flórida, nos Estados Unidos, levou um dia e meio para se preparar para a passagem do furacão Milton, classificado como “explosivo” e de “alto potencial destrutivo”, com estocagem de comida e água, instalação de painéis de aço nas janelas e saque dinheiro (veja mais abaixo).
“A telha provavelmente vai voar, árvores vão cair. Então, esse tempo é muito importante para todos”, comenta Katia Sarlet Rezende, de 46 anos, que morou por 20 anos em Florianópolis
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Professora de inglês, ela está com dois dos três filhos na casa em Ave Maria, próximo a Naples, nesta terça-feira (8). A região fica a cerca de 2 horas e 45 minutos da área metropolitana de Tampa, que deve ser a mais atingida, e também recebeu alertas de perigo pelo celular.
O fenômeno deve tocar o solo na Flórida na quarta-feira (9), menos de duas semanas após o furacão Helene ter inundado a costa do estado, causando destruição e mortes.
Força-tarefa
No domingo, a família começou uma espécie de força-tarefa, que envolveu também conferência de pilhas para rádio, retirada de todos os pertences da área externa da casa e saque de dinheiro no banco.
“Quando falta luz, não tem como pagar com cartão de crédito, e também não tem como pagar com celular, porque está sem sinal de celular”.
“O mais importante normalmente é ter água potável em casa porque, quando vem um furacão, falta luz e falta água. São as duas coisas mais importantes. Então, às 8 da manhã [de segunda], assim que o supermercado abriu, eu já estava lá”.
Os filhos mais novos da Katia, universitários de 18 e 19 anos, foram liberados das suas instituições para ficarem em casa. Já a mais velha, de 21 anos, deve passar as noites no hospital onde trabalha como recepcionista.
Todos já vivenciaram outros furações no país, segundo a brasileira, que também garantiu o tanque do carro cheio de combustível.
“Encher o tanque de gasolina para ter certeza que eu teria combustível se eu precisar sair de casa, se eu precisar evacuar. Ter pilha e rádio Am Fm, porque normalmente ficamos sem sinal de celular e sem televisão, já que a luz acaba. A gente nem tem como saber se a tempestade já passou ou não”.
Milton cresceu em uma velocidade recorde para esta época do ano. Se formou no fim de semana como uma tormenta tropical, começou a segunda-feira (7) como um furacão de categoria 2 e, em pouco mais de quatro horas, pulou três categorias, até alcançar a 5, a máxima na escala de intensidade de furacões, assustando especialistas.
Nesta terça-feira (8), o Milton perdeu um pouco da força e desceu para a categoria 4, mas, ainda de acordo com o NHC, segue com “alto potencial destrutivo” (leia mais abaixo).
Funcionários de hospital levam pertences pessoais para passar a noite
Arquivo pessoal
Painéis de aço nas janelas
Na tarde desta terça-feira, a vizinhança começou a instalar nas janelas mecanismos chamados de hurricane shutters, que são espécies de painéis de aço contra furacões. Eles servem para tampar e proteger os vidros da casa.
Quando o furacação começa, segundo ela, todos precisam estar dentro de suas residências, de preferência, longe de janelas e vidros. “Quando passa, aí sim a gente vai para a rua e vê quanto de dano que tem na casa”.
Katia e os filhos se prepararam para furacão Milton
Arquivo pessoal
Furacão explosivo
Pesquisadores voam no olho do furacão Milton, de categoria 5
O furacão Milton foi classificado como “explosivo” pelo Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês).
O governo local prepara a maior evacuação no estado nos últimos oito anos — desde o furacão Irma, em 2017 — e fechou todos os portos nesta terça-feira. O presidente dos EUA, Joe Biden, cancelou a viagem que faria à Ásia para acompanhar a passagem do furacão pelo país.
Biden fez coro com o tom alarmista da prefeita de Tampa, Jane Castor, e pediu que os moradores das zonas demarcadas saiam “agora, agora, agora”. Segundo Biden, o furacão Milton pode ser “um dos piores dos últimos cem anos da Flórida”.
O Milton, que se formou no Golfo do México, ainda não tocou o solo em nenhum país. Nesta manhã, ele passou perto península de Yucatán, no norte do México, onde grandes ondas e ventos fortes são previstos.
O furacão Milton deve atingir área metropolitana de Tampa, densamente populosa — a população é de mais de 3,3 milhões de pessoas —, com um potencial impacto direto e ameaçando a mesma faixa de costa que foi devastada por Helene.
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