Com estoque de alimentos, brasileira que mora na Flórida relata medo antes da chegada do furacão Milton: ‘Malas prontas para evacuação’


Paula Gerolim, natural de Olímpia (SP), mora com o marido e a filha em Orlando, nos EUA. Fenômeno subiu da categoria 2 para a 4, com ventos de 215 km/h, na escala de intensidade de furacões. Previsão é que o furacão toque o solo da Flórida na noite desta quarta-feira (9). Brasileira relata preparativos para chegada do furacão em Orlando
Uma empresária, natural de Olímpia (SP), se prepara para a passagem do furacão Milton, considerado um dos piores dos últimos 100 anos, na Flórida, Estados Unidos, onde mora há dois meses. O fenômeno subiu da categoria 2 para a 4, com ventos de 215 km/h, na escala de intensidade de furacões.
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Furacão Milton se intensificou rapidamente nesta segunda (7) para categoria 5 e deve tocar solo nos EUA na quarta, 9 de outubro de 2024.
Reprodução/Centro Nacional de Furacões dos EUA
Paula Gerolim mora com o marido e a filha Heloísa, de sete anos, em Orlando, a 80 quilômetros de Tampa, onde existe ordem de evacuação devido à aproximação do furacão, que deve tocar o solo na noite desta quarta-feira (9). Por conta da proximidade, conta que vive momentos de tensão e medo (assista ao vídeo acima).
AO VIVO: Furacão Milton pode chegar esta quarta à Flórida
Paula Gerolim, natural de Olímpia (SP), mora com o marido e a filha em Orlando
Paula Gerolim/Arquivo pessoal
Devido às previsões climáticas, que envolvem frio, vento e chuva, Paula decidiu que estocaria alimentos enlatados, compraria um fogão elétrico, além de seguir a orientação da Defesa Civil americana de encher a banheira para reserva de água. Inclusive, as malas estão prontas em caso de aviso de evacuação.
“Eu fui no mercado, já faltava água, alimentos enlatados. Eles pediram para a gente ficar em casa. Estamos tomando as precauções e nos preparando caso falte energia elétrica, comida, água. Estamos apreensivos, com medo. Nós deixamos uma mala pronta para evacuação, para ir para algum abrigo”, comenta Paula.
Estoque de comida e reserva de água: brasileira se prepara para furacão Milton na Flórida
Paula Gerolim/Arquivo pessoal
Conforme a empresária, a população de Tampa começou a evacuar, o que causou longos trechos de trânsito na Interstate 75, rodovia que vai para o norte do estado. Dessa forma, preferiu ficar em Orlando, onde não há estado de emergência decretado.
Enquanto isso, Paula reforça que acompanha a evolução do furacão por aplicativos no celular. Como mora a pouco tempo nos EUA, a empresária explica que apenas presenciou o furacão Helene, que provocou fortes ventos e chuva em Orlando, e cujo potencial destrutivo é inferior ao de Milton.
Furacão Milton
Furacão Milton, que se aproxima da Flórida, é flagrado da Estação Espacial Internacional.
Reprodução/Matthew Dominick/Nasa
O furacão Milton é o terceiro com grande potencial de destruição que chega aos Estados Unidos em pouco mais de três meses. A sequência mostra que pode ser a pior temporada de furacões da história.
A Flórida é o terceiro estado americano com a maior concentração de brasileiros. São 295 mil, de acordo com a estimativa do documento “Comunidades Brasileiras no Exterior”, divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores.
Trajetória do furacão Milton
Arte g1/Zoom Earth
No final de setembro, o furacão Helene atingiu seis estados americanos, deixando ao menos 200 mortos. Entre junho e julho, o furacão Beryl surgiu no Caribe e também atingiu intensidade máxima.
A Agência Federal de Gestão de Emergências dos Estados Unidos (Fema) disse nesta quarta-feira (9), horas antes da chegada do Milton à Flórida, que as inundações causadas pelo furacão serão mortais. O aviso foi compartilhado pela Casa Branca.
Furacão Milton é visto da estação espacial internacional
O furacão causará um aumento do nível do mar e inundações em diversos pontos da Flórida. Segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC), em algumas regiões as inundações podem chegar até 3,6 metros.
Assim como os parques da Disney, as atrações do Universal Orlando Resort também fecham a partir das 14h – 15h no horário de Brasília – nesta quarta-feira (9) e permanecerão indisponíveis nesta quinta (10).
A reabertura de todas as atrações está prevista para sexta (11), mas condicionada à avaliação dos impactos causados pela passagem do furacão.
Veja as categorias de furacões segundo a escala Saffir-Simpson
Juan Silva/g1
Como o furacão evoluiu nos últimos dias?
Milton se intensificou rapidamente na segunda-feira (7) sobre o Golfo do México oriental. Em menos de 24 horas, foi de uma tempestade tropical para um furacão de categoria 5, a terceira mais rápida em intensificação já registrada no Oceano Atlântico, de acordo com o Centro Nacional de Furacões dos EUA.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, disse em uma entrevista coletiva na segunda-feira à tarde que o furacão já é muito mais forte do que o previsto há dois dias.
Com ventos máximos sustentados de até 285 km/h, o Centro Nacional de Furacões informou que o centro da tempestade estava a cerca de 1.085 quilômetros ao sudoeste de Tampa.
O furacão Milton teve um crescimento de velocidade recorde para a época, pulando em poucas horas da categoria 2 para 5, a máxima na escala. A velocidade do vento de Milton aumentou 148 km/h em 24 horas — um ritmo que só é superado pelos furacões Wilma em 2005 e Felix em 2007.
O salto de categorias em um período tão curto é extremamente raro e assustou os meteorologistas, que previam inicialmente que o fenômeno chegasse à categoria 3.
Um dos motivos para o Milton ter se fortalecido tão rápido é o seu pequeno olho do furacão, considerado um “olho de alfinete”, semelhante ao de Wilma, disse o pesquisador de furacões da Universidade Estadual do Colorado, Phil Klotzbach.
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