Impasse de Camaçari: o que está em jogo no 2º turno na segunda cidade mais rica da Bahia


Luiz Caetano teve vitória apertada no 1º turno, com pouco mais de 500 votos de diferença na cidade de mais de 205 mil eleitores. Ele vai disputar contra Flávio Matos (União Brasil). Caetano, do PT, e Flávio, do União Brasil disputam prefeitura de Camaçari
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Quarta maior cidade em porte populacional e segunda maior economia da Bahia, Camaçari, na região metropolitana de Salvador, ainda aguarda para conhecer seu futuro prefeito. O município vai voltar às urnas em 27 de outubro para escolher entre Luiz Caetano (PT) e Flávio Matos (União Brasil). Até lá, ambos devem movimentar suas forças para vencer o pleito.
O g1 ouviu especialistas e reuniu dados para entender o que está em jogo na disputa eleitoral por lá.
Cientista político, Cláudio André explica que a disputa em Camaçari envolve, principalmente, três fatores:
Governar uma cidade com grande orçamento (segundo maior PIB da Bahia, segundo IBGE);
Ser um município com ampla influência na RMS;
Relação direta com Salvador por conta dos empregos, dos serviços e do vetor orla no Litoral Norte.
Luiz Caetano teve uma pequena vantagem numérica no primeiro turno em relação ao segundo colocado. Apenas 559 votos separaram os dois na cidade que tem 205.865 eleitores aptos a votar. O petista ficou com 49,52% dos votos, contra 49,17% do candidato do União Brasil. Caetano teve 77.926 votos e Flávio, 77.367 votos.
No segundo turno, Cláudio André acredita que a eleição partirá “do zero” em Camaçari. “Vai pesar a força dos partidos em conseguir virar votos. As lideranças locais e os vereadores eleitos serão decisivos”, avaliou.
Os dois vereadores mais bem votados do município foram Tagner e Professor Márcio, ambos do PT, e aliados de Caetano. Juntos, os parlamentares petistas abocanharam mais de 7.700 votos. Os vereadores que ficaram em terceiro e quarto lugar foram, respectivamente, Dudu do Povo e Herbinho, os dois do União, aliados de Flávio. A dupla fez mais de 5.500 votos.
Além disso, haverá disputa pelos “módicos” 2.062 votos depositados em todos os outros quatro concorrentes à prefeitura de Camaçari. Caetano e Flávio devem recorrer, ainda, aos mais de 10.400 votos nulos e brancos e na conquista dos mais de 38 mil títulos dos eleitores faltosos do primeiro turno.
Imagem aérea de Camaçari
Divulgação/Prefeitura/José Carlos Almeida
‘Palanque antecipado’
Para Fábio Santos, cientista político e professor da Unifacs, a disputa na cidade tende a ser não só uma briga dura, mas também “um palanque antecipado na disputa para governador”. O pesquisador acredita que o PT deve investir pesado no território para não perder essa prefeitura que é decisiva para a influência e protagonismo do partido na região.
“O governo do estado teve uma resposta porque as maiores cidades baianas ficaram com um partido de maior oposição ao governador. A própria estruturação da política baiana, por parte do PT, deverá articular todos os apoios aos indecisos, dos outros candidatos, para a campanha de Caetano”, imagina ele.
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Souza lembra que Caetano, que tem 70 anos, possui a vantagem de ser um político experiente. O candidato pleiteou a prefeitura do município quatro vezes – nos anos de 2004, 2008, 2016 e agora 2024 – tendo vencido duas vezes. Ele foi derrotado em 2016. Além disso, Caetano foi também deputado federal e secretário de Relações Institucionais do Governo da Bahia.
Do outro lado, Flávio Reis, com 44 anos, tem dois mandatos consecutivos como vereador da cidade e o apoio irrestrito do atual prefeito Elinaldo Araújo (União Brasil), representando uma possibilidade de sucessão do atual gestor.
Ainda sobre a tendência de ‘palanque antecipado’, Cláudio André destaca que, quanto mais os partidos governam cidades importantes, mais eles projetam lideranças políticas que serão decisivas para eleger não só o próximo governador, mas também os deputados e senadores.
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