Mulher morta pela polícia na Av. Brasil: veja perguntas e respostas sobre o caso


Elaine Esteves Pereira, de 39 anos, tinha saído de uma festa com o marido e voltava para casa. No caminho, eles foram abordados por um motorista, não pararam e foram perseguidos. Acabaram batendo em uma viatura da Delegacia de Homicídios da Capital, e os agentes dispararam contra o veículo. Corpo de mulher morta por tiro disparado por policial na Av.Brasil é velado em Itaboraí
A cozinheira Elaine Esteves Pereira, de 39 anos, foi morta pela Polícia Civil, na madrugada de domingo (11), depois que o carro em que ela estava bater em uma viatura da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) na Avenida Brasil, na Zona Norte do Rio.
Ela e o marido, Carlos André Alves de Almeida, de 48 anos, tinham saído de uma festa e voltavam para casa. No caminho pela Estrada da Água Branca, um homem em outro carro parou ao lado e pediu que o casal encostasse porque teria batido no carro dele.
Carlos André afirma que nem ele nem a mulher perceberam o acidente e que ficaram com medo de parar, de madrugada, e resolveram acelerar.
Carlos André e a esposa Elaine Esteves Pereira, morta por um tiro de um policial civil na Avenida Brasil
Reprodução
Ao tentar fugir, o marido de Elaine disse ter perdido o controle em uma curva ao chegar à Avenida Brasil. Foi quando bateu no comboio da DHC. Os agentes dispararam contra o veículo.
A Polícia Civil disse que o carro estava “em fuga”, e que policiais dispararam para “interromper a investida repentina e violenta”.
O caso é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil.
Veja abaixo perguntas e respostas sobre o caso.
O que Elaine e o marido faziam de madrugada na Avenida Brasil?
O casal tinha saído de uma festa e voltava para casa. No caminho pela Estrada da Água Branca, um homem em outro carro parou ao lado e pediu que encostassem porque o casal teria batido no carro dele.
Ao ser abordado pelo motorista, o casal parou?
Não, Carlos André afirma que nem ele nem a mulher perceberam o acidente e que ficaram com medo de parar, de madrugada, e resolveram acelerar.
O motorista desistiu da abordagem?
Não, segundo Carlos André, o outro carro foi atrás e chegou a bater na traseira deles de propósito.
O que aconteceu em seguida?
Carlos André contou que avistou o carro da polícia e ficou aliviado. Ele disse que ainda tranquilizou a mulher: ‘Amor, fica calma que é a polícia’. Achei que a polícia era a nossa salvadora, mas o que aconteceu foi uma tragédia maior.”
Na tentativa de fugir do motorista, Carlos André disse ter perdido o controle em uma curva ao chegar à Avenida Brasil. Foi quando bateu no comboio da DHC, e os agentes atiraram. Pelo menos quatro marcas de tiros foram encontradas no veículo.
O que disse a Polícia Civil sobre os disparos?
Segundo a Polícia Civil, os agentes atiraram para “interromper a investida repentina e violenta”. Ainda segundo a corporação, ao verificar que uma mulher tinha sido baleada, acionaram o socorro médico (veja a íntegra da nota no fim da reportagem).
Baleada por policiais na Avenida Brasil, Elaine Esteves tinha 39 anos
Montagem/g1]
Elaine chegou a ser levada para o hospital?
Não, Elaine morreu no local dos disparos. Ela deixa duas filhas.
A polícia abriu inquérito para investigar o caso?
Sim, o caso é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil.
As armas dos agentes foram periciadas?
Questionada pelo g1, a Polícia Civil não esclareceu se as armas foram apreendidas para perícia e se os agentes foram afastados das ruas.
Carro onde estava mulher que foi baleada na Avenida Brasil
Reprodução
O que diz a Polícia Civil
“A Delegacia de Homicídios da Capital – DHC, informa que, durante os trabalhos ordinários realizados pelo Grupo Especial de Local de Crimes-GELC, nesta madrugada do dia 11/08/2024, por volta das 03h30min, a equipe de policiais foi surpreendida por uma colisão, na qual um veículo em fuga atingiu uma das viaturas do comboio policial, na Avenida Brasil, próximo ao Trevo das Margaridas, nesta cidade, ao lado de um dos acessos da comunidade de Parada de Lucas.
Os policiais efetuaram disparos de arma de fogo para interromper a investida repentina e violenta do veículo contra o comboio.
Após estabilização da situação, os agentes constataram que uma pessoa do sexo feminino teria sido alvejada. Imediatamente, acionaram o socorro médico, porém a mesma não resistiu aos ferimentos e veio a óbito ainda na localidade.
Apurou-se que o veículo que colidiu com a viatura da polícia estava em fuga, tendo em vista que se envolvera, momentos antes, numa outra colisão de trânsito.
Todos os envolvidos na ocorrência foram conduzidos para a Delegacia de Homicídios, e a CGPol, de imediato, acionada para conduzir as investigações.
A perícia de local foi realizada por uma equipe de peritos do ICCE/Sede.”
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