Concessionária pede para retomar voos no Salgado Filho a partir do dia 21 de outubro


Fraport diz que segunda fase das obras deve ser concluída em outubro. Pousos e decolagens estão suspensos desde 3 de maio. Asfalto em área de taxiamento no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre
Fraport Brasil/Divulgação
A concessionária Fraport afirmou, nesta segunda-feira (29), que protocolou um pedido para liberar, a partir de 21 de outubro, a realização de pousos e decolagens no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (veja a nota abaixo).
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A previsão de voos para outubro já havia sido anunciada pelo governo federal, com uma operação parcial do terminal. O aeroporto deve reabrir completamente em dezembro.
A companhia diz que a previsão de operação de voos está associada a fatores externos, como “condições climáticas favoráveis”. Com isso, a data estipulada pode ser antecipada ou adiada.
A concessionária afirma que os trabalhos de recuperação da pista seguem em andamento. Dos 3,2 mil metros de comprimento, 75% da área foi danificada durante a enchente. A conclusão dos trabalhos está prevista para a segunda fase de outubro.
Com a conclusão das obras e a liberação por parte dos órgãos responsáveis, as companhias irão definir a retomada das operações no aeroporto, já que o espaço está aberto somente para check-in, com voos decolando e pousando na Base Aérea de Canoas.
Obras em andamento
Segundo a empresa alemã que administra o terminal, as obras na pista começaram no dia 13 de julho, após a limpeza e o diagnósticos dos problemas na pista. A retomada parcial de pousos e decolagens no Salgado Filho foi confirmada pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
Recuperação de 1,3 mil metros de extensão da pista de pousos e decolagens
Recuperação de 20 mil metros quadrados do Pátio 1, local onde as aeronaves ficam estacionadas, e de áreas de taxiamento
Uma terceira etapa está prevista para começar em outubro, onde não houver a movimentação de aviões. Os reparos serão feitos em outros 1,2 mil metros de extensão da pista e nas demais áreas de taxiamento.
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Problemas na pista
A convite do g1, o engenheiro civil Felipe Brasil Viegas, coordenador do curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), analisou a inundação da pista do Salgado Filho.
Na avaliação de Felipe Brasil Viegas, os problemas começam justamente na localização do aeroporto. A primeira pista de pouso de Porto Alegre começou a funcionar em 1923, em um campo da várzea do Rio Gravataí. Ao longo de mais de cem anos, o espaço e os terminais foram ampliados, transformando o local no que hoje é o Aeroporto Internacional Salgado Filho.
As várzeas são regiões alagadiças, como se observou na enchente de maio. Para o professor Felipe Brasil Viegas, o solo onde foi erguida a pista do Salgado Filho é “ótimo para plantar arroz”.
“O terreno no qual a pista está implantada é um solo muito, muito ruim. É um solo, eu sempre brinco, ótimo para plantar arroz. É um solo orgânico de argila mole, muito deformável. Quando é um solo melhor, rochoso, alteração de rocha, fica mais fácil”, diz o engenheiro.
Segundo o engenheiro, o solo da pista é composto por uma camada de pedra rachão, uma lâmina de concreto e o acabamento em asfalto. Essas camadas juntas medem cerca de 4 metros de altura. De acordo com Felipe Brasil Viegas, o problema atual se refere ao grau do impacto da enchente nas camadas inferiores da pista.
“O problema todo está em entender se o profundo alagamento que houve no Salgado Filho comprometeu as camadas de baixo, ou seja, esses 4 metros de aterro que têm ali. Se isso, de alguma maneira, foi carreado [levado de arrasto pela água], se isso cedeu, se isso deformou. Porque isso vai exigir naturalmente algum reforço”, afirma o engenheiro.
Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, deve retornar com voos em outubro
Check ins liberados
O Aeroporto Salgado Filho reabriu as portas no dia 15 de julho, com a retomada do embarque e desembarque de passageiros no terminal. Após 73 dias fechado devido à enchente, o terminal segue sem operar voos, que foram redirecionados para a Base Aérea de Canoas, na Região Metropolitana.
Os passageiros, no entanto, podem fazer o check in e despachar as malas a partir do aeroporto. O saguão recebeu sinalização para orientar os viajantes até o segundo e terceiro pisos, onde ocorrem a inspeção de segurança e o embarque.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou nesta terça-feira (16) que o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, será parcialmente aberto em outubro e estará em pleno funcionamento até dezembro.
O Salgado Filho fechou no dia 3 de maio em razão das chuvas e cheias que atingiram o Rio Grande do Sul há dois meses. Parte da pista ficou alagada por semanas, e o governo federal, de forma emergencial, autorizou o uso da Base Aérea de Canoas para voos comerciais.
Segundo Costa Filho, a partir de outubro, serão 50 voos diários no terminal de Porto Alegre, com operações de 10h às 22h.
Imagens aéreas mostram aeroporto alagado em Porto Alegre
Nota da Fraport:
“A Fraport Brasil protocolou junto aos órgãos competentes a solicitação de liberação e homologação da pista de pouso e decolagem, com a data de referência de 21/10/2024. Os trabalhos seguem em andamento e possuem previsão de término da segunda fase em outubro. Esta solicitação faz parte do processo de retomada das operações de voos partindo diretamente do Aeroporto de Porto Alegre. Após a conclusão das obras e a liberação por parte dos órgãos competentes, as companhias aéreas definirão o início de suas operações. Esclarecemos que o cumprimento do cronograma planejado depende de fatores externos, dentre eles condições climáticas favoráveis, e a data pode ser antecipada ou postergada.”
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