Abstenção em cidades gaúchas gera “sinal de alerta” na Justiça Eleitoral do RS

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS) expressou preocupação com a elevada abstenção em algumas cidades gaúchas no primeiro turno.

Na capital, Porto Alegre, a taxa foi de 31,51% na votação de 6 de outubro. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), esse número supera em quase dez pontos percentuais a média nacional, que foi de 21,6%.

O presidente do TRE-RS, Voltaire de Lima Moraes, disse, nesta segunda-feira (21), que “a alta abstenção é um sinal de alerta e reflete a necessidade urgente de engajamento da população no processo eleitoral”.

Campanha de incentivo

Moraes também disse que a campanha para incentivar o voto inclui ações junto a juízes e chefes de cartórios eleitorais, que estão apelando às comunidades para que votem no dia 27.

A participação popular é essencial, pois o gestor municipal decidirá sobre nossas vidas nos próximos quatro anos. Quanto menor for a abstenção, mais legitimidade terá o eleito, seja homem ou mulher


Voltaire de Lima Moraes

Números

Canoas lidera entre as cidades do estado que terão segundo turno, com 31,83% de abstenção, seguida pelos 31,51% de Porto Alegre.

Outras três cidades gaúchas terão segundo turno: Pelotas (24,33% de abstenção), Santa Maria (27,54%) e Caxias do Sul (25,13%). Os números delas não foram citados pelo TRE-RS no encontro com a imprensa nesta segunda.

A abstenção no estado inteiro foi de 23,69%, a sexta maior do país, atrás de Rio de Janeiro (26,24%), Rondônia (25,88%), São Paulo (25,33%), Mato Grosso (24,32%) e Mato Grosso do Sul (23,89%).

Medidas

O TRE-RS está implementando medidas para reduzir esses índices.

Canoas recebeu atenção especial. Eleitores não foram às urnas devido à perda de documentos durante a enchente de maio.

Para resolver essa questão, uma parceria com a Secretaria de Segurança Pública está acelerando a emissão de novos documentos, permitindo que os cidadãos votem no próximo domingo (27).

A entrega dos novos documentos em Canoas começará na terça-feira (22).

O TRE-RS planeja um evento no próximo ano para discutir a redução da abstenção, envolvendo especialistas de diversas áreas, como cientistas políticos e sociólogos.

Comparação

Moraes observou que os danos da enchente não são os únicos fatores que explicam a alta abstenção. Um levantamento do TRE-RS mostrou que as cidades afetadas pelas chuvas tiveram taxas de abstenção inferiores às de 2020, caso de Porto Alegre.

“Nas eleições de 2020, a pandemia impactou o número de votantes. Além disso, é possível que muitos tenham migrado para outras cidades ou estados após a enchente. Também pode haver desinteresse ou uma maior preocupação em reconstruir suas vidas”, explicou.

O que dizem os candidatos?

Na capital, 345.544 eleitores não compareceram às urnas na primeira etapa do pleito.

Essa taxa é maior do que os 345.420 votos recebidos pelo candidato em primeiro lugar, Sebastião Melo (MDB), e quase o dobro dos 182.553 votos de sua concorrente, Maria do Rosário (PT).

No último dia 14, os candidatos ao segundo turno em Porto Alegre destacaram a importância da participação eleitoral.

Sebastião enfatizou a relevância do voto: “A democracia se constrói com a participação de todos. Peço que cada eleitor faça sua parte e vá votar. O futuro da nossa cidade depende da sua decisão”.

Maria do Rosário também disse que “a abstenção reflete um descontentamento com a política” e ressaltou que “a mudança só acontece com a participação de cada um”.

Mulheres são 13% dos prefeitos eleitos em primeiro turno

 

Este conteúdo foi originalmente publicado em Abstenção em cidades gaúchas gera “sinal de alerta” na Justiça Eleitoral do RS no site CNN Brasil.

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