Santa Ceia? O que realmente inspirou performance na abertura da Olimpíada


O cerimonialista e diretor criativo Thomas Jolly negou que tenha feito uma paródia da Última Ceia na cerimônia de abertura dos Jogos de Paris. Uma cena de banquete durante a cerimônia de abertura de Paris 2024, que incluiu uma representação do deus grego Dionísio, foi criticada
Via BBC
O cerimonialista e diretor criativo Thomas Jolly negou que tenha feito uma paródia da Última Ceia na cerimônia de abertura dos Jogos de Paris, após grupos religiosos criticarem o evento por considerá-lo uma “zombaria ao Cristianismo”.
Nas telas de milhões de pessoas ao redor do globo, a apresentação mostrou uma cena envolvendo o cantor e ator francês Philippe Katerine como o deus Dionísio, seminu e pintado de azul, em uma mesa de banquete.
Na cena, dançarinos, drag queens e pessoas em fantasias coloridas ficaram em poses que lembravam representações da Última Ceia, a última refeição de Jesus com seus apóstolos.
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Alguns grupos católicos e bispos franceses condenaram o que viram como “cenas de escárnio e zombarias ao Cristianismo”.
Eles consideraram que os elementos da cerimônia faziam uma interpretação desrespeitosa de símbolos e temas religiosos.
“A ideia era fazer uma grande festa pagã ligada aos deuses do Olimpo”, disse Jolly em uma entrevista ao canal francês BFM no último domingo (28/7).
“Você nunca encontrará em meu trabalho qualquer desejo de zombar ou difamar. Eu queria uma cerimônia que unisse as pessoas, que as reconciliasse, mas também uma cerimônia que afirmasse nossos valores de liberdade, igualdade e fraternidade.”
Jolly também defende que achou que suas intenções estavam claras. “Dionísio aparece nessa mesa. Ele está presente porque é o deus da festa, do vinho, e pai de Sequana, deusa relacionada ao rio Sena.”
Suas declarações foram apoiadas por internautas que viram na sua encenação elementos do quadro a “Festa dos Deuses”.
Pintura ‘A Festa dos Deuses’, obra concluída em 1514 pelo italiano Giovanni Bellini
Getty Images/Via BBC
A pintura feita em óleo mostra o Olimpo, onde os deuses estão reunidos em um banquete que celebra o casamento de Tétis e Peleu, destacando Apolo coroado ao centro. Além disso, faz referência a Dionísio (ou Baco), o deus do vinho e das festividades.
A obra foi concluída em 1514 pelo renascentista italiano Giovanni Bellini, e é uma das poucas imagens do artista veneziano.
O episódio gerou debate sobre os limites da criatividade artística e o respeito às crenças religiosas.
Apesar de o cerimonialista negar ter havido uma paródia, os organizadores dos Jogos pediram desculpas, afirmando que não houve “intenção de desrespeitar nenhum grupo religioso”.
“Claramente nunca houve a intenção de mostrar desrespeito a nenhum grupo religioso. Se as pessoas se ofenderam, é claro que lamentamos muito, muito mesmo”, disse a porta-voz de Paris 2024, Anne Descamps, em uma coletiva de imprensa no último domingo (28/7).
Bate-papo esportivo com a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024
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