Ideb 2023: Goiás tem a melhor nota do país no ensino médio


Índice mede a qualidade da educação nas escolas, no estado e no país. Goiás ainda atingiu a meta para os anos finais do ensino fundamental e ultrapassou a meta para os anos iniciais do ensino fundamental. Sala de aula em escola estadual de Goiás
Divulgação/Seduc
Goiás teve a melhor nota do país no ensino médio da rede estadual, conforme o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (ldeb) 2023, divulgado nesta quarta-feira (14). O estado registrou 4,8 pontos e ainda atingiu a meta para os anos finais do ensino fundamental e ultrapassou a meta para os anos iniciais do ensino fundamental (veja dados abaixo).
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O que é o Ideb?
O Ideb é o índice que mede a qualidade da educação no Brasil. Ele relaciona as taxas de aprovação escolar, ou seja, os alunos que não repetiram de ano, com as médias de desempenho em língua portuguesa e matemática dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
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Para calcular as notas, os resultados dos testes no Saeb são padronizados em uma escala de 0 a 10. Depois, a média das duas notas é multiplicada pela média das taxas de aprovação das séries de cada etapa avaliada (anos iniciais, anos finais e ensino médio), que variam de zero a 100.
Exemplo: em uma escola com desempenho no Saeb igual a 6 e taxa de aprovação de 90%, (0,90), o Ideb é igual a 6 vezes 0,9 = 5,4.
O índice é calculado para cada escola, município e estado. Ele foi criado em 2007 e é divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em anos ímpares. Além disso, o Inep definiu metas para alcançar a média dos países desenvolvidos:
6,0 nos anos iniciais do ensino fundamental;
5,5 nos anos finais do ensino fundamental
5,2 no ensino médio.
Goiás
Como dito no início da reportagem, Goiás registrou 4,8 pontos no ensino médio. Apesar disso, o estado ficou abaixo da última meta do Ideb, estipulada até 2021, segundo o Ministério da Educação (MEC). Porém, esta foi a melhor nota do país no ensino médio da rede estadual. O segundo e terceiro lugar são disputados por Espírito Santo e Paraná, com 4,7.
Veja o gráfico de resultados de cada estado:
Gráfico de resultados do Ideb 2023
Reprodução/Inep
Conforme divulgado pelo MEC, Goiás alcançou 6,3 pontos nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º), um avanço de 0,1 ponto a mais do que a meta estabelecida para o estado em 2021. Além disso, atingiu a meta de 5,5 pontos nos anos finais (6º ao 9º) do ensino fundamental.
Para a secretária de Educação, Fátima Gavioli, os resultados são fruto de muita dedicação dos profissionais de educação, visto o cenário enfrentado com a pandemia da Covid-19. Segundo ela, Goiás alcançou em três anos o que poderia levar de cinco a dez anos.
“Se não tivesse acontecido essa pandemia, os resultados já teriam passado a nota média que era de 5 pontos. Nós estávamos em 4,7 em 2020. Quando veio a pandemia, tudo caiu. Houve um esforço muito grande para recuperar. Hoje eu posso dizer que Goiás recuperou essa pena em três anos”, disse.
“Para a geração futura talvez seja um dos maiores legados que Goiás vai entregar, alfabetizando essas crianças, dando a oportunidade para elas serem amanhã profissionais em suas áreas, fazer seu curso superior”, comemorou o govenador Ronaldo Caiado (UB).
Vale destacar ainda que os 4,8 pontos são no ensino médio da rede estadual. Além dessa categoria, o Ideb também divulgou a pontuação total e ensino médio tradicional e o médio integrado à educação profissional, ambos de 4,8. Não foram divulgados dados específicos da rede particular.
O que a pontuação significa na prática?
Vejamos o exemplo do 5º ano:
Em matemática e em língua portuguesa, os alunos continuam no nível 4 de domínio do conteúdo (em uma escala de 1 a 10, em que 10 é o de conhecimentos mais altos).
Isso significa que eles:
sabem multiplicar números naturais, determinar a divisão exata por números de um algarismo (como 100/2), reconhecer tabelas;
não conseguem, por exemplo, calcular a área de uma figura geométrica, converter cédulas de dinheiro em valores equivalentes de moedas ou resolver problemas matemáticos que envolvam a noção de metade ou de triplo;
são capazes de identificar informações em receitas culinárias, mas não de entender o assunto de uma reportagem ou de uma tirinha.
No 9º ano, o Brasil ocupa o nível 3 nas duas disciplinas. Ou seja, os alunos:
sabem somar, subtrair, multiplicar e dividir números em problemas e interpretam gráficos;
não reconhecem coordenadas no plano cartesiano (eixos x e y), não convertem unidades de medida (como de metro para centímetro) e não fazem somas com quantias de dinheiro;
localizam informações explícitas em crônicas e interpretam o sentido de advérbios e conjunções em textos;
não conseguem identificar os elementos de uma fábula ou o sentido da linguagem de uma tirinha.
E na 3ª série do ensino médio, os alunos estão no nível 2 em matemática e no 3 em língua portuguesa. Veja exemplos:
reconhecem os zeros de uma função e associam gráficos a porcentagens;
não determinam os elementos seguintes de uma sequência lógica de números (como em 2, 6, 10, 14…) e não sabem calcular o reajuste de um valor após aplicar determinada porcentagem de aumento;
reconhecem variantes linguísticas em artigos e localizam informações de artigos de opinião;
não identificam argumentos de contos, não entendem o principal sentido de uma notícia e não reconhecem humor ou ironia em crônicas.
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