Aliados de Lula defendem fala dura de Celso Amorim no Senado para esvaziar discurso da oposição sobre Venezuela

Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendem uma fala dura do embaixador Celso Amorim nesta quinta-feira (15) na Comissão de Relações Exteriores do Senado para esvaziar o discurso da oposição de que o governo petista é leniente e apoia o autocrata da Venezuela.
Amorim foi convidado a falar sobre o tema no Senado, em requerimento apresentado pela oposição.
Na avaliação de aliados, apesar de Amorim ter um discurso no estilo diplomático, ele precisa deixar claro que o Brasil não vai reconhecer a vitória de Nicolás Maduro se ele não divulgar as atas das eleições, que a oposição venezuelana diz ter vencido, enquanto o autocrata venezuelano se autoproclamou vitorioso.
Amorim vai ser cobrado a dizer se o Brasil não está entrando no jogo de Nicolás Maduro ao cobrar as atas, mas não fixar uma data para que isso ocorra.
Segundo senadores da oposição, isso mostraria que o governo Lula estaria fazendo jogo duplo. Em público, cobrando as atas. Nos bastidores, deixando o tempo correr para que a atual situação na Venezuela fique consumada, com Maduro seguindo no poder.
Até agora, Amorim é acusado pela oposição de fazer o jogo de Nicolás Maduro. Ele nega. Diz que é preciso tentar evitar a todo custo que a crise na Venezuela se agrave ainda mais, o que é um cenário pior para o Brasil.
A tendência seria aumentar a entrada de venezuelanos no território brasileiro, agravando a crise humanitária na fronteira do Brasil com a Venezuela em Roraima.
Amorim chegou a propor como solução uma nova eleição na Venezuela, mas a proposta não obteve apoio nem de Nicolás Maduro nem da oposição.
“Antes de deixar que a proposta viesse a público, o governo brasileiro deveria ter feito uma consulta reservada aos dois lados. Agora, ficou ruim para a imagem do Brasil, na linha de que o país estaria fazendo jogo duplo na Venezuela”, diz um assessor presidencial.
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