Comerciantes denunciam ter sido imobilizados e agredidos por seguranças da Stock Car; VÍDEO

Donos de tradicional churrascaria localizada no entorno do Mineirão dizem que foram impedidos de circular na calçada e entrar no estabelecimento, romperam a barreira e que foram abordados de forma truculenta por seguranças do evento. Proprietários de uma tradicional churrascaria no entorno do Mineirão denunciam que foram impedidos de entrar no estabelecimento, imobilizados e agredidos por seguranças da Stock Car, evento automobilístico que está sendo realizado neste feriado prolongado em Belo Horizonte.
O caso aconteceu no final da manhã desta quinta-feira (15), primeiro dia do evento no entorno do Mineirão. O casal dono do estabelecimento chegou para trabalhar e se deparou com tapumes bloqueando a entrada da churrascaria, localizada na avenida Abrahão Caram, no bairro São José, na Região da Pampulha.
O trânsito de carros está totalmente interditado em trechos das avenidas do entorno do Mineirão para receber o trajeto da corrida. O evento acontece até o próximo domingo (18) e foi alvo de polêmicas desde seu anúncio. (saiba mais abaixo)
Comerciantes denunciam ter sido imobilizados e agredidos por seguranças da Stock Car
Os donos do estabelecimento alegam que tentaram pedir autorização para entrada, mas que, sem sucesso, precisaram empurrar o tapume. Neste momento, foram abordados pelos segurança do evento.
Em nota, a Stock Car informou que o casal “tentou acesso por área não autorizada” e que “foram orientados por onde deveriam seguir”, mas tentaram forçar a passagem e se exaltaram com seguranças do evento. Completa, ainda, que os dois tentaram agredir os funcionários da corrida e foram contidos.
Registro na polícia
No boletim de ocorrência registrado na polícia, a mulher do casal disse que foi imobilizada, agredida com socos e chutes e que uma segurança jogou um gradil nela. O homem foi imobilizado por outros seguranças e relata que foi utilizado gás de pimenta para contê-los.
A confusão só terminou com a chegada de oficiais da Guarda Civil Municipal, que separaram a briga. Uma fiscal da Prefeitura auxiliou a abrir o acesso para os donos da churrascaria.
Aos policiais, a segurança, que disse ter sido contratada pela empresa CY Security e Vigilância LTDA, alegou que a dona da churrascaria estava “transtornada empurrando um tapume”, a arranhando e a insultando. Uma outra profissional disse que foi mordida pela proprietária do estabelecimento.
Um funcionário da churrascaria disse que chegou para trabalhar e perguntou para um guarda por onde seria feito o acesso à churrascaria. Ele respondeu que seria por um posto de gasolina localizado ao lado, o que não chegou a acontecer. Neste momento, ainda segundo o empregado, os donos chegaram, tentaram negociar a entrada, não conseguiram e a confusão começou.
Os envolvidos receberam atendimento médico e passam bem. A dona do estabelecimento se queixou de dores no corpo e realizou exame de corpo de delito.
A Prefeitura de Belo Horizonte disse que “as equipes de fiscalização já realizaram as adequações necessárias no local”. O g1 procurou a empresa de segurança e aguarda retorno.
Polêmica
A Stock Car em Belo Horizonte acontece entre 15 e 18 de agosto de 2024. O evento é centro de polêmicas e alvo de protestos contra o local escolhido.
Em dezembro do ano passado, a prefeitura fechou um acordo com a empresa organizadora da competição para que BH receba, por cinco anos consecutivos, uma edição anual da corrida.
Para isso, intervenções deveriam ser feitas nos arredores do Mineirão, sendo necessário derrubar mais de 60 árvores, a maioria delas saudável.
Como resposta, a prefeitura afirmou que já fez o replantio dessas árvores e que fará de mais outras centenas de mudas ao longo dos próximos anos.
Posteriormente, a UFMG se manifestou contra a realização do evento, principalmente por causa dos impactos esperados no prédio da Escola de Veterinária.
O local abriga laboratórios de pesquisa e um hospital para animais, onde são feitos cerca de três mil procedimentos por mês, entre cirurgias e acompanhamentos oncológicos.
Completa que o período da interdição dos acessos ao campus pode se estender por até 19 dias, no mês de agosto, entre a montagem da estrutura e a prova, o que impacta diretamente as atividades acadêmicas.
A expectativa, de acordo com a prefeitura, é que o evento gere um retorno financeiro de R$ 20 milhões para o município em 2024.
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