Ex-marido se fingiu de morto após ser baleado por médica que invadiu apartamento em SC, diz polícia


CAC e clínica geral da prefeitura, suspeita ainda tentou sufocá-lo com as mãos após ser desarmada, informou delegado após ouvir vítima, que segue hospitalizada. Mulher alega legítima defesa. Vídeo mostra mulher arrombando porta antes de ser presa suspeita de matar ex em SC
O homem de 39 anos baleado pela ex-companheira em Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina, disse à Polícia Civil que a mulher, que atuava como médica na prefeitura, também tentou sufocá-lo após ser desarmada por ele, segundo o delegado Caleu Henrique Gomes de Mello. A vítima segue hospitalizada. A suspeita está presa preventivamente.
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Ele relatou à polícia que tentou se fingir de morto ao cair agarrado à mulher, sem conseguir se levantar. “Ela teria dito que era médica e sabia quando alguém realmente estava morto”, disse o investigador.
O filho do ex-casal, de 8 anos, estava no andar inferior e subiu correndo ao escutar os disparos. Ele presenciou parte do crime, informou Mello.
A clínica geral Lenise Fernandes Sampaio Cruz era funcionária temporária do município e terá o contrato encerrado, informou a administração municipal nesta quinta-feira (15).
Ela alegou, por meio do advogado de defesa, que agiu em legítima defesa. O advogado informou que havia histórico de violência doméstica e que houve uma discussão entre os dois antes do crime (veja mais abaixo).
O crime aconteceu no domingo (11), no apartamento que o homem alugou para passar o Dia dos Pais com o filho do ex-casal. A vítima disse que a mulher estava escondida dentro do armário antes de disparar os tiros.
“Segundo o relato da vítima, os disparos foram efetuados há menos de um metro de distância. E, até pela proximidade, o homem teria conseguido desarmar a vítima e jogar a arma para longe, mas não conseguiu manter-se em pé por conta da lesão no fêmur”, afirmou o delegado.
Médica é presa suspeita de invadir apartamento, se esconder em armário e atirar no ex no Norte de SC
Divulgação
Crime
Um vídeo flagrou o momento em que a mulher aparece no corredor do prédio usando ferramentas na fechadura para entrar no apartamento. Todas as imagens do edifício serão verificadas para confirmar a dinâmica do crime (assista ao vídeo no topo da reportagem).
A pistola 9 milímetros usada para os disparos era da suspeita, que possui certificado de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC). A arma, apreendida, tinha dois cartuchos não deflagrados no carregador, segundo a Polícia Civil.
De acordo com o delegado, o filho do ex-casal presenciou parte da ação. Ele estava no andar de baixo do prédio, mas subiu após ouvir os disparos. Após o crime, ele ficou aos cuidados do Conselho Tutelar.
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O que disse a médica
Responsável pela defesa de Lenise, o advogado Daniel de Mello Massimino disse que a mulher foi até o local por conta da preocupação com relação à saúde de seu filho, já que ela não conseguiu contato telefônico com ele.
“Como havia um histórico de longa data de violência, ela foi com a arma que ela tinha, ela tem CAC. Ela foi com essa arma, cujo CAC foi justamente tirado por conta dessa situação também, que havia ali essa litigia. Então, ao chegar ao local, houve um início de atrito verbal entre ambos, que acabou se desdobrando numa agressão por parte do genitor”.
Ainda conforme o advogado, a mulher disse que o homem estava “tentando contra a vida dela”.
“Ela se utilizou da arma para repelir essa agressão que ela estava sofrendo. E esse foi o desfecho da situação. Então a posição dela, a versão dela dos fatos, é a de que ela agiu em legítima defesa dentro do apartamento. Não se nega que tenha havido ali de fato os tiros, até porque eles são evidentes”, concluiu o advogado.
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