Hugo Calderano, mesa-tenista e poliglota, conta como aprendeu a falar 7 idiomas


Hugo é poliglota e sabe se comunicar em inglês, espanhol, alemão, francês, italiano, mandarim e, claro, português. Entenda como foi seu processo de aprendizagem. Hugo Calderano sabe falar 7 idiomas; veja
Todo mundo sabe que Hugo Calderano é sinônimo de foco. O mesa-tenista brasileiro que competiu nas Olimpíadas de Paris 2024 tirou até nota máxima em um teste de concentração da série “O Cérebro dos Atletas”, do Fantástico.
Mas o que muita gente talvez não deve saber, é que todo esse foco e dedicação ajudaram o atleta ao longo dos últimos anos a aprender a falar inglês, espanhol, alemão, italiano, francês e até mandarim.
Isso mesmo, nosso mesa-tenista olímpico é poliglota. Junto com o português, ele fala 7 idiomas (veja ele falando os idiomas no vídeo acima).
🗣️ ENTENDA: O termo “poliglota” vem da combinação de duas palavras gregas: “polý”, que quer dizer “muitas”, e “glossai” ou “glottai”, que significa “línguas”. Assim, poliglota é aquele que sabe ou fala muitas línguas.
Ao g1, Hugo conta que aprendeu todas essas línguas ao longo da vida, muitas vezes por necessidade, outras por interesse pessoal. Seu domínio desses idiomas se deve à convivência com pessoas de diferentes nacionalidades e ao esforço pessoal em estudar e praticar cada uma delas.
👶 Português, sua língua nativa, claro, foi aprendido naturalmente, pois ele nasceu no Brasil.
👨‍🏫 Mas desde cedo, teve contato com o inglês, que foi aprimorado ao longo dos anos com aulas e prática em casa, já que sua mãe era professora.
🌎 O espanhol veio de forma intuitiva, por ser similar ao português, e foi aperfeiçoado em competições na América Latina.
🥨Já o alemão foi um desafio, mas essencial durante o tempo em que passou a morar na Alemanha. Aos 18 anos ele se mudou para o sul do país, onde passou a treinar num clube local, encarando adversários europeus na liga alemã.
🗼O francês ele aprendeu por conviver com sua equipe, composta por franceses, e foi ganhando fluência aos poucos.
🤌 O italiano surgiu de maneira informal, ao interagir com um colega italiano no centro de treinamento. Inicialmente, Hugo pediu ao colega que falasse apenas em italiano com ele, mesmo que ele não entendesse tudo de imediato. Aos poucos, com prática e persistência, ele começou a compreender e a se comunicar.
🏯 O mandarim foi o maior desafio, aprendido de forma autodidata, motivado pela popularidade do tênis de mesa na China. Hugo se dedicou diariamente a estudar a língua, alcançando um nível que lhe permite se comunicar em situações básicas.
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Tempo, foco e dedicação
Para alguns idiomas, Hugo conta que estabeleceu uma rotina rigorosa de estudo, dedicando pelo menos meia hora por dia, por exemplo ao mandarim.
Com essa abordagem autodidata, ele começou a entender e a falar a língua, mesmo que em um nível básico.
🏆 Sua motivação era alta, especialmente porque ele sabia que isso poderia ajudá-lo em entrevistas e interações durante competições na China.
O esporte é muito popular no país. Na década de 1950, a modalidade virou inclusive o esporte nacional da China por ser acessível e prático.
🏓 Como ele não precisa de grandes espaços e os equipamentos são baratos, ele pode ser jogado em qualquer ambiente.
Aos poucos, então, Hugo diz que conseguiu se comunicar em mandarim em situações cotidianas, como conversas após jogos. Embora ainda não seja fluente, ele diz que consegue entender e falar o suficiente para se virar em contextos importantes.
“Nunca fiz aulas formais, mas me empenhei em aprender diariamente. Coloquei na minha cabeça que precisava dedicar pelo menos meia hora por dia ao estudo do chinês. Com disciplina e prática constante, fui melhorando, e agora já consigo me comunicar melhor”, diz Hugo.
Hugo Calderano durante jogo das oitavas do tênis de mesa em Paris 2024.
Wang Zhao/AFP
Vantagem nos jogos?
Hugo menciona que, durante as competições, é raro ele conseguir ouvir e entender o que os adversários estão dizendo, mas não porque ele não sabe o que eles estão falando, pelo contrário.
👂Ele diz que seus adversários costumam ser discretos e cuidadosos para não revelar suas estratégias.
No entanto, mesmo assim, ele já conseguiu captar alguns comentários de técnicos chineses, como incentivos ou orientações básicas, como “boa, é isso aí” ou “vamos lá”.
“É muito bom falar todas essas línguas não apenas para o tênis de mesa, mas também para a vida em geral”, diz.
Cubo mágico e xadrez
Não bastasse todos esses idiomas, Hugo também é um especialista em cubo mágico, aquele quebra-cabeça colorido e tridimensional, que pode ser misturado em 43 quintilhões de posições diferentes.
🏊 Ele já mostrou que consegue resolvé-lo em menos de 10 segundos, até mesmo debaixo d’água. Isso porque ele aprendeu a montar o cubo quando tinha cerca de 10 anos, inspirado pelo pai, que havia aprendido o esporte na escola.
Desde então, Hugo se dedicou a melhorar sua técnica, explorando novas formas e métodos para resolver o cubo mais rapidamente.
♟️ E além do cubo mágico, o xadrez também é outra atividade mental que Hugo utiliza para aprimorar sua concentração e habilidades de pensamento rápido, essenciais para o tênis de mesa que tanta ama.
“Eu acho que essa é uma das coisas mais importantes do esporte em geral: focar no que você tem que focar, no que você tem que fazer”, disse ele ao Fantástico.
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