“Estou revoltada”, diz esposa de motorista morto em ataque no aeroporto de Guarulhos

“Eu quero justiça. Estou revoltada”, disse, nesta segunda-feira (11), a esposa de Celso Araújo Sampaio de Novais, motorista de aplicativo e uma das vítimas fatais do tiroteio no Aeroporto de Guarulhos, ocorrido na última sexta-feira (8).

O motorista foi atingido nas costas por um disparo de fuzil e estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Guarulhos. Celso tinha 41 anos e deixou a esposa e três filhos: o mais velho, de 18 anos, um adolescente de 12 e uma criança de 3 anos.

A esposa de Celso concedeu uma entrevista, nesta segunda-feira (11), e afirmou que o desejo dela é que o caso seja resolvido. “Quero que façam alguma coisa. Ninguém me falou nada, é como se a gente não existisse”, disse ela.

Na manhã de hoje (11), também acontece o cortejo fúnebre para o motorista.

Causa da morte

Segundo pessoas próximas, a vítima perdeu um rim e metade do fígado devido ao ferimento causado pelo tiro de fuzil. Um colega próximo à vítima afirmou que Celso havia acabado de finalizar uma corrida no aeroporto e deixava o terminal, quando foi atingido.

O motorista chegou a ser intubado e sofreu grande perda de sangue antes de ter o óbito confirmado. O Hospital Geral de Guarulhos ainda não confirmou oficialmente a causa da morte de Celso.

A comunicação do óbito foi registrada no 7º DP da cidade, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

Celso Araujo

Celso trabalhava como motorista de aplicativo na cidade de Guarulhos, atuando principalmente no aeroporto.

O motorista chegou a fazer uma cirurgia de emergência ainda na sexta-feira (8).

A vítima deixa a esposa e três filhos, de 18, 12 e 3 anos, respectivamente. O motorista era responsável pelo sustento da casa.

Nas redes sociais, amigos e familiares lamentaram a perda do motorista de aplicativo.

“Era muito brincalhão. Como é triste saber da sua partida, mas é apenas um até logo. Agora vai fazer a alegria do pessoal no céu”, escreveu um amigo.

O crime

O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, foi morto a tiros no Aeroporto de Guarulhos. A facção Primeiro Comando da Capital (PCC) oferecia R$ 3 milhões pela morte do homem, segundo fontes.

O empresário também era alvo constante de policiais que tentavam extorqui-lo por conta das ameaças que ele recebia da facção. Gritzbach passou a andar sempre com segurança armada após as ameaças. Policiais militares, inclusive, atuavam na escolta dele.

Conforme as informações preliminares do caso, o empresário havia acabado de chegar de viagem com a namorada no aeroporto e seria recebido pelo filho e um grupo de quatro seguranças, composto por PMs que faziam a proteção do empresário.

No caminho para o aeroporto, porém, um dos carros usados por eles teria supostamente apresentado falha mecânica. Três dos seguranças, então, teriam ficado com o veículo. Assim, somente um estava no aeroporto na hora do atentado.

Os policiais militares que pertenciam à equipe de segurança da vítima já prestaram depoimento para a Polícia Civil e também na Corregedoria da PM. Eles foram afastados de suas atividades operacionais durante as investigações e ficarão em expediente administrativo a pedido da Corregedoria.

Outras vítimas

Além de Celso Sampaio, outras duas pessoas que estavam no Aeroporto de Guarulhos foram atingidas pelos disparos.

  • Um homem, de 39 anos, que também foi internado no Hospital Geral de Guarulhos
  • Uma mulher, de 28 anos, que recebeu atendimento médico e foi liberada em seguida

Foram ao menos 27 disparos efetuados por dois criminosos, segundo informações da perícia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa Humana (DHPP) da Polícia Civil.

*Sob supervisão de Bruno Laforé

(com informações do Estadão Conteúdo)

Este conteúdo foi originalmente publicado em “Estou revoltada”, diz esposa de motorista morto em ataque no aeroporto de Guarulhos no site CNN Brasil.

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