Especialista comenta ligação entre Putin e Trump, negada pelo Kremlin

O Kremlin negou nesta segunda-feira (11) relatos de que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, teria conversado com o presidente russo, Vladimir Putin, sobre a guerra na Ucrânia. A suposta ligação, reportada pelo jornal The Washington Post, teria ocorrido recentemente, com Trump pedindo a Putin que não escalasse o conflito.

Tiago de Aragão, CEO da Arko Internacional, em entrevista à CNN Brasil, comentou o cenário e explicou possíveis desdobramentos. Segundo o especialista, a situação é extremamente complexa, e não seria tão fácil para Trump acabar com a guerra, principalmente considerando que o conflito já atingiu um ponto alto de escalada.

 

Limites da atuação dos EUA no conflito

“O papel dos Estados Unidos é um papel moderador muito importante, com uma influência muito grande via Otan”, afirmou Aragão. No entanto, ele ressaltou que Trump não é um grande apoiador da organização, o que pode enfraquecer essa influência.

O especialista também destacou que, para encerrar o conflito, seria necessário apresentar uma solução que satisfizesse tanto Putin quanto o governo ucraniano, algo que ainda não foi especulado e é considerado muito difícil.

Mudanças na política externa americana

Aragão apontou que a política externa será um dos temas centrais na reunião marcada entre Joe Biden e Donald Trump para quarta-feira na Casa Branca. Entre as principais mudanças esperadas estão:

1. Ucrânia: Possível corte na ajuda americana, em contraste com o apoio constante do governo Biden.

2. China: Provável continuidade da postura firme, mas com abordagem mais direta e pública por parte de Trump.

3. Relações com a Europa: Possível enfraquecimento da aliança, dado os projetos tarifários e de comércio exterior de Trump.

Impactos globais e no Brasil

O analista alertou que um governo Trump mais isolacionista poderia criar um vácuo no cenário internacional, potencialmente beneficiando a China. Para o Brasil, as consequências podem incluir:

1. Impacto nas exportações devido a possíveis tarifas impostas por Trump.

2. Redução de investimentos estrangeiros no país, caso as empresas americanas recebam incentivos para investir domesticamente.

3. Possíveis efeitos inflacionários nos EUA, que poderiam afetar a economia global.

Aragão concluiu que, apesar da retórica de campanha, Trump poderá enfrentar resistência dentro do próprio Partido Republicano para implementar algumas de suas propostas mais radicais, como a deportação em massa de imigrantes, devido aos altos custos e impactos econômicos negativos.

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