É #FAKE que rótulos apontam que chocolates são feitos com látex


Anvisa e fabricantes explicam que produtos não são feitos com látex. Resolução determina que fábricas de chocolate comuniquem no rótulo sobre substâncias potencialmente alergênicas para consumidores com sensibilidade. É #FAKE que rótulos apontam que chocolates são feitos com látex
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Circula nas redes sociais um vídeo em que um homem mostra rótulos de embalagens de chocolate e afirma que os produtos contêm látex. É #FAKE.

No vídeo, gravado em frente a uma prateleira de chocolates, o homem diz: “Estou aqui em Belo Horizonte numa loja de grande rede de supermercado. Há poucos dias eu vi um vídeo, rodando nas redes sociais, mostrando que os chocolates brasileiros, muitos deles, já estão usando látex natural na sua composição. Então nós estamos agora consumindo látex natural. Natural porque vem da seringueira, borracha de origem da seringueira. Não é borracha de origem do petróleo, borracha sintética. Mas vem a pergunta: será que isso vai fazer bem para o organismo? Ou vai fazer mal para o organismo humano, consumir látex? Aí vamos conferi aqui. E eu já peguei aqui esse chocolate, já conhecido [Talento]. E vocês podem ver aqui, no meio da tela, à esquerda, látex natural, é o ingrediente. Já verifiquei também no chocolate da Lacta. Já vem na embalagem o látex. (…) Já olhei no chocolate da Nestlé, esses tradicionais assim. Mesma coisa. Vocês podem procurar no rótulo que vai encontrar látex. E procurei também nos bombons Nestlé. Está aqui ó. Castanha, cevada, aveia e látex natural. (…) A mesma coisa no bombom, Garoto (…) centeio e látex natural. (…) E ainda assim, tem também nessa marca… Neugebauer. (…) Vem a palavra nozes, trigo e látex natural. Então, o que está acontecendo? Deve ter mais chocolate com isso aí. A partir de agora, você está comendo borracha. Ok? É borracha natural. Eu acho que vou parar. Acho não. Certeza, vou parar de consumir esse chocolate. É o jeito.”
Existe a palavra “látex” gravada em embalagens de chocolates, mas o homem faz uma interpretação errada do que está escrito. O Fato ou Fake mostrou o vídeo viral para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e para os fabricantes dos produtos. Também procurou a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) e a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).
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O que o Fato ou Fake apurou:
A Anvisa aponta que o consumidor errou na interpretação: o “látex” mencionado na embalagem é um dos possíveis alergênicos que o chocolate pode conter. Alergênicos são substâncias que podem causar reações graves em pessoas alérgicas;
A agência determina que os fabricantes são obrigados a mencionar na embalagem sobre a presença de alergênicos;
O produto não é feito com látex, mas, em alguns casos, pode estar presente em quantidades muito pequenas devido ao processo de produção. A advertência sobre a presença de traços da substância ou do ingrediente alergênico é introduzida com os seguintes dizeres: “ALÉRGICOS: PODE CONTER”.
Segundo a Anvisa, o látex natural está relacionado a alergias e traços dessa substância podem estar presente nos alimentos por causa de seu uso em materiais e utensílios que entram em contato com o alimento, por exemplo: luvas empregadas na manipulação de alimentos; materiais utilizados na selagem de latas; adesivos para selagem a frio; redes utilizadas como embalagens em alguns alimentos; e alguns equipamentos que processam alimentos.
“Em síntese, o consumidor confundiu a declaração sobre a possibilidade de presença residual do látex natural, advertida no rótulo com o objetivo de evitar reações em pessoas alérgicas, com seu uso intencional na formulação dos chocolates”, informou a agência.
A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), a Nestlé e a Mondeléz informaram que o látex natural não faz parte da composição dos chocolates;
As duas fabricantes e a associação disseram que o aviso sobre látex é uma obrigação da legislação brasileira —situação confirmada pela Anvisa. “A obrigatoriedade da frase “Pode Conter Látex” é exigência da legislação brasileira pelo possível contato desse elemento no processo de embalagem”, diz a Abicab.
A Abicab —da qual Nestlé e Mondeléz fazem parte, entre outras empresas— disse ainda “que as indústrias de chocolate obedecem a normas rigorosas de produção determinadas pela Anvisa, com base em dados de segurança e diretrizes internacionais, sempre visando a qualidade do alimento e a garantia de que se trata de produto próprio para consumo humano”.
A médica Elaine Gagete Miranda da Silva, do Departamento Científico de Anafilaxia da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), também reforça que o látex não é acrescentado ao chocolate e não faz parte da composição do produto. Pode haver látex em todas as coisas manipuladas com luvas de látex ou borracha, diz.
O risco de reação alérgica nesses casos é baixo porque, em geral, a quantidade de látex é muito pequena, diz.
“Nas empresas, por uma questão de higiene, muitas vezes os funcionários usam luvas de látex para manipular os produtos, então podem acabar ficando traços, quantias muito pequenas, que raramente darão algum problema de saúde. Outra coisa também são nas embalagens. Algumas embalagens são seladas com látex e o contato do chocolate com essas embalagens pode sofrer algum “contágio”, vamos dizer assim, mas – de novo – é uma coisa, assim, hipotética, porque é muito pequeno. A imensa maioria dos alérgicos não tem um limiar assim tão baixo para reações alérgicas. É muito pouco provável que isso dê problemas.”
É #FAKE que rótulos apontam que chocolates são feitos com látex
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Fato ou Fake explica:
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