Golpe das missões: entenda como vítima de Goiás perdeu R$ 200 mil ao acreditar que ganharia dinheiro curtindo fotos nas redes sociais


Pessoa é recrutada para entrar em uma plataforma e cumprir missões simples em troca de um alto valor em dinheiro. Mas para retirar o valor da plataforma, pagava caro e não recebia. Polícia Civil prende envolvidos em golpe das falsas missões e da falsa central bancária, em São Paulo
Divulgação/Polícia Civil de Goiás
Uma vítima de Goiás perdeu cerca de R$ 200 mil no chamado “golpe das missões”, investigado pela Polícia Civil. A delegada Marcella Orçai explica que se trata de uma fraude complexa, em que a pessoa é recrutada para entrar em uma plataforma e cumprir missões simples, como curtir fotos, em troca de um alto valor em dinheiro. Mas para retirar o dinheiro da plataforma, pagava caro; saiba mais abaixo.
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As vítimas desse golpe, segundo a delegada, são recrutadas por meio de grupos nas redes sociais. A promessa é de que vão receber valores altos em dinheiro caso entrem em uma plataforma e cumpram tarefas simples exigidas lá. Entre as missões estão: curtir fotos de famosos, avaliar positivamente estabelecimentos comerciais e jogar on-line.
“A princípio, a vítima entra na plataforma para cumprir uma missão e aí vai acumulando um dinheiro fictício dentro dessa plataforma. Às vezes, a pessoa tem que colocar créditos na plataforma para ter acesso às missões, que serão retornadas em dinheiro. Fazem a vítima acreditar que ela tem um valor exorbitante para receber e que, para tentar resgatar esse valor, ela tem que pagar para inserir mais créditos na plataforma. Aí entra a parte do prejuízo e ela começa a perder dinheiro”, explica.
“Vai virando um ciclo vicioso. Eles começam a pagar mais dinheiro para tentar recuperar aquilo que já perderam. É complexo, mas é isso”, completa a delegada.
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Investigação
Delegada explica como atuava grupo criminoso do golpe das falsas missões
Na terça-feira (12), a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos realizou uma operação contra o “golpe das missões” em conjunto com a Polícia Civil de São Paulo. Mandados de prisão e de busca foram cumpridos na capital paulista, em Embu das Artes, Francisco Morato, Guarulhos, Itapevi, Diadema e Ferraz de Vasconcelos.
Segundo as investigações, para dificultar a investigação e o rastreamento do dinheiro obtido com o golpe, os suspeitos abriram múltiplas contas bancárias em diferentes instituições para dispersar os valores.
Além disso, muitos investigados, de acordo com a polícia, tinham empresas de fachada, registradas como inaptas ou sem atividade econômica real, e eram usadas como uma “cobertura” para disfarçar a origem dos valores ilegais e facilitar transferências sem suspeitas.
Entre os presos da operação está o dono de uma empresa que tem quase 700 reclamações no site “Reclame Aqui”, a maioria relacionadas a depósitos em plataformas de jogos online, com o chamado “golpe das missões”.
A empresa está registrada em nome dos líderes da organização criminosa e, segundo as investigações, serviu como intermediadora das transações bancárias ilegais. Em pouco tempo, a empresa teve um aumento exponencial em seu capital social para R$ 6 milhões. Além disso, possui outras quatro empresas abertas no exterior.
“Os suspeitos são apenas aqueles que prometem a vantagem em dinheiro e depois fazem a vítima pagar valores para resgatar o dinheiro que teriam a receber. Comprar curtidas, em tese, é marketing digital, não vejo nenhum tipo penal para quem compra”, explicou a delegada.
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