Seis trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão em Salvador e Lauro de Freitas

Em um dos casos, um homem trabalhava e “morava” na guarita de uma empresa. Em outra situação, grupo vivia em alojamento sem condições sanitárias, nem água potável. Seis trabalhadores foram resgatados em condições análogas a escravidão na Bahia
Auditores-fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgataram seis trabalhadores em condições análoga à de escravo, nas cidades de Salvador e Lauro de Freitas, na região metropolitana. As ações foram realizadas entre os dias 11 e 13 de novembro, e divulgadas nesta quinta-feira (14).
Além do órgão, participaram também das operações equipes da Polícia Rodoviária Federal, Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado da Bahia e Defensoria Pública da União.
Conforme o MTE, o primeiro caso foi de um trabalhador que exercia funções de vigilante e porteiro há 10 anos, em um condomínio de galpões industriais no bairro Caji, em Lauro de Freitas . Além de trabalhar, o homem morava na guarita, transformada em um alojamento improvisado. No local, ele preparava refeições e dormia. O espaço tinha más condições de higiene e iluminação.
O homem nunca teve contrato de trabalho registrado e os pagamentos eram feitos de modo informal, sem periodicidade definida. Além disso, jamais recebeu férias ou 13º salário. A jornada dele era ininterrupta, pois os galpões funcionam todos os dias da semana, incluindo sábados, domingos e feriados.
De acordo com o MTE, o trabalhador retornou para o município de origem, Maragogipe, no recôncavo, através da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado da Bahia, onde foi acolhido seus familiares.
O segundo caso aconteceu na região central de Salvador. A equipe resgatou cinco trabalhadores em uma espécie de depósito de mercadorias e equipamentos de ambulantes. O espaço funcionava em um um subsolo, com o prédio situado abaixo do nível da rua, construído ao lado do pilar de um viaduto da região central.
Os homens estavam alojados no local em condições degradantes, sem higiene, sem dormitórios, instalações sanitárias, nem fornecimento de água. De acordo com o MTE, era um “ambiente de extrema insalubridade, com iluminação precária e clandestina”.
Eles trabalhavam transportando mercadorias em carrinhos de carga – estes carrinhos mais tarde também serviam de camas aos trabalhadores.
O local não tem água potável, e os trabalhadores faziam uso de um espaço para banho com um cano de água improvisado;
Como não havia vaso sanitário, as necessidades fisiológicas eram feitas em um buraco.
Uma cozinha comunitária, em péssimas condições, foi encontrada no alojamento. No local, alguns preparavam alimentos para depois venderem.
Dos cinco trabalhadores resgatados no local, três foram direcionados para abrigos da rede municipal e dois retornaram para as suas residências.
O proprietário do estabelecimento alegou que paga taxa ao município de Salvador para o funcionamento do “depósito” e acolhe estas pessoas, que, em geral, estão em situação de rua. Ele não teve nome divlugado.
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