Conheça o nióbio, metal ‘brasileiro’ usado em baterias de carregamento ultrarrápido que ganhou unidade de produção em MG


Brasil detém cerca de 90% das reservas do mundo. E a primeira planta de exploração de ânodos de nióbio do mundo foi inaugurada nesta semana em Araxá, no Alto Paranaíba. Inaugurada em Araxá a maior fábrica de ânodos de nióbio do mundo para baterias avançadas
Usado como componente em baterias de carregamento ultrarrápido, o nióbio ganhou uma unidade de exploração em Araxá, no Alto Paranaíba. A nova planta, construída pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), é a primeira do mundo em fabricação em volume do ânodo de nióbio, por meio de uma tecnologia chamada XNO.
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Com Araxá como principal centro de exploração, o Brasil é o maior produtor de nióbio do planeta. Mas afinal, o que é e para que mais serve esse metal?
A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) é a maior produtora mundial de nióbio; cerca de 80% de todo o nióbio que é vendido no mundo é produzido em Araxá (MG)ela
Fabio Tito/G1
O que é o nióbio?
O nióbio é um metal de transição encontrado na natureza em associação com outros elementos e formando compostos minerais, como o pirocloro e a columbita-tantalita. Segundo a CBMM, em sua forma mais pura, o nióbio é macio, dúctil e altamente resistente à corrosão.
O nióbio foi descoberto em 1.801 pelo químico inglês Charles Hatchett. O nome do componente é inspirado em Níobe, personagem da mitologia grega, filha do rei Tântalo.
Exploração de nióbio na mina de Araxá é toda feita a céu aberto, sem uso de explosivos; apenas com escavadeiras.
Fabio Tito/G1
Para que serve o nióbio?
Um dos principais usos do nióbio é na aplicação em baterias de carregamento ultrarrápido, como em materiais de íons de lítio. A vantagem do nióbio é a capacidade de lidar melhor com cargas rápidas e de suportar mais ciclos de carga e descarga sem degradar rapidamente. Conforme a CBMM, as baterias com nióbio podem carregar em menos de 10 minutos.
Outros usos do metal incluem a construção civil, a produção de equipamentos médicos, como aparelhos de ressonância magnética, e a fabricação de ligas metálicas usadas em veículos, como carros, motos, ônibus e bicicletas.
Bateria de lítio com tecnologia XNO a base de nióbio extraído da planta de mineração em Araxá
Marco Evangelista/Imprensa MG
Onde tem nióbio no Brasil? E no mundo?
Segundo dados do Serviço Geológico Americano, o país se destaca como o principal produtor de nióbio do mundo, contribuindo com quase 90% da produção global e detendo 95% das reservas conhecidas. As reservas mais significativas estão em Minas Gerais, Amazonas, Goiás, Rondônia e Paraíba.
Fora do país, o Canadá e a Austrália também possuem reservas de nióbio e participam do mercado global, mas em escala bem menor que a brasileira.
Qual o valor do nióbio no mercado?
O preço do nióbio é estabelecido de acordo com o mercado e segue as leis de oferta e demanda. Segundo a CBMM, atualmente, o metal tem base de precificação 10 vezes maior que a do alumínio e de quase 20 vezes o preço do aço no mercado internacional.
Conforme dados do Ministério de Minas e Energia, em 2022, a produção brasileira de nióbio arrecadou mais de R$ 137 milhões.
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Como é a nova planta em Araxá?
O evento de inauguração da nova unidade de exploração de nióbio foi realizado na terça-feira (12) e contou com a presença do governador em exercício de Minas Gerais, Professor Mateus (Novo). Para a construção da unidade, o investimento foi de R$ 2,2 bilhões, com expectativa de gerar mais de 130 empregos diretos.
Sede da CBMM
Divulgação
A planta inaugurada foi desenvolvida pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), em parceria com a Echion Technologies, empresa britânica reconhecida por inovações no segmento de baterias.
A nova instalação terá capacidade produtiva de 3 mil toneladas por ano para óxidos mistos para baterias, sendo que 2 mil toneladas são focadas na tecnologia XNO, que é o material de ânodo de bateria de nióbio da Echion, destinado a baterias de íon de lítio com carregamento ultrarrápido.
“Esperamos um crescimento acelerado no setor de baterias nos próximos anos. Assim, estamos orgulhosos de comemorar os frutos desta parceria que reforça nosso Plano de Sustentabilidade e se alinha às tendências globais de descarbonização e promoção da eletrificação”, disse o CEO da CBMM, Ricardo Lima.
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