Em última reunião com Biden, Xi Jinping promete trabalhar com equipe de Trump

O presidente da China, Xi Jinping, disse ao líder americano, Joe Biden, que o relacionamento entre os Estados Unidos e a China permaneceria “inalterado” após a eleição de Donald Trump.

“O objetivo da China de um relacionamento China-EUA estável, saudável e sustentável permanece inalterado”, disse Xi Jinping a Biden por meio de um tradutor durante os discursos de abertura da reunião.

“A China está pronta para trabalhar com a nova administração dos EUA para manter a comunicação, expandir a cooperação e administrar as diferenças, de modo a lutar por uma transição estável do relacionamento China-EUA para o benefício dos dois povos”, disse o presidente chinês.

Os líderes se reuniram no Peru à margem de uma cúpula para líderes do Pacífico.

Biden, por sua vez, elogiou a longa parceria com Xi e reconheceu que os presidentes nem sempre concordaram.

O presidente americano disse que eles foram francos e sinceros em suas comunicações, o que ele chamou de “vital”. Ele disse que as conversas abertas evitaram falhas de comunicação e impediram que os países se desviassem para um conflito.

“O que acontecer entre os EUA e a China impactará todos no mundo”, afirmou Biden, tornando uma responsabilidade os líderes terem uma boa relação.

A reunião acontece dois meses antes de Trump assumir o cargo. O presidente republicano eleito prometeu adotar tarifas gerais de 60% sobre as importações norte-americanas de produtos chineses como parte de um pacote de medidas comerciais “America First”.

Pequim se opõe a essas medidas. Trump também planeja contratar várias vozes linha-dura em relação à China para cargos de alto escalão, incluindo o senador dos EUA Marco Rubio como secretário de Estado e o deputado Mike Waltz como conselheiro de Segurança Nacional.

Biden tem buscado reduzir as tensões com a China. Contudo, Washington passou por um recente ataque cibernético vinculado à China, que comprometeu as comunicações telefônicas de autoridades do governo dos EUA e da campanha presidencial, além de estar preocupado com o aumento da pressão de Pequim sobre Taiwan e o apoio chinês à Rússia.

Xi, que chegou a Lima na quinta-feira, planeja uma semana de diplomacia na América Latina que inclui um acordo de livre comércio reformulado com o Peru, a inauguração do enorme porto de águas profundas de Chancay e uma visita de estado à capital do Brasil na próxima semana. A China também anunciou planos para sediar a cúpula da Apec em 2026.

O país asiático busca minérios metálicos, soja e outras commodities da América Latina, mas autoridades norte-americanas temem que Pequim também esteja atrás de novos postos militares e inteligência adjacentes aos EUA. A mídia estatal chinesa chama essas acusações de difamação.

Com informações da Reuters. 

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