Caso Gritzbach: novas imagens mostram momento da execução do empresário


Empresário, milionário e delator do PCC, Antônio Vinicius foi morto com 10 tiros de fuzil; investigações apontam possíveis conexões com policiais e criminosos. Caso Gritzbach: novas imagens mostram momento da execução do empresário
Reprodução/TV Globo
Já se passaram nove dias desde a execução de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, empresário, corretor de imóveis e delator do PCC, e as investigações ainda levantam mais perguntas do que respostas.
Antes de ser executado, Antônio Vinicius estava em São Miguel dos Milagres (AL), a 100 km de Maceió, com a namorada, de 29 anos. Durante a viagem, ele levou dois seguranças.
Logo ao chegar ao aeroporto de Maceió, em 1º de novembro, Antônio relatou a um dos seguranças que foi reconhecido por um homem que lhe devia R$ 6 milhões.
Dias depois, durante um jantar, disse ter visto outra pessoa que parecia um criminoso que o ameaçava em São Paulo, mas logo descartou a possibilidade.
Novas imagens mostram a chegada de um carro preto dos assassinos no aeroporto de Guarulhos. O veículo circula pela plataforma de desembarque três vezes antes de parar atrás de um ônibus da Guarda Metropolitana.
Por volta das 16h, o casal deixa o saguão do aeroporto e caminha lado a lado. O carro preto os segue lentamente até que dois homens descem e atiram contra o empresário. Antônio Vinicius foi morto com dez tiros de fuzil. Os criminosos fugiram logo em seguida, sem levar as joias trazidas de Alagoas.
As câmeras registraram a reação da namorada, que inicialmente colocou as mãos na cabeça e fez ligações. Após buscar ajuda, correu até o corpo de Antônio, sendo amparada por uma pessoa no local.
Por que o empresário vinha sendo ameaçado?
Antônio Vinicius chegou a ser preso acusado de duplo homicídio, mas respondia em liberdade. Os mortos eram dois integrantes da facção criminosa PCC. Por trás desses crimes, estaria ainda o sumiço de R$ 100 mil.
Em 2023, o empresário chegou a fazer um acordo de delação premiada, que foi homologada em maio deste ano. Ele entregou ao Ministério Público os nomes de criminosos do PCC e de policiais envolvidos em corrupção.
Um dia antes da viagem para Alagoas, ele denunciou à Corregedoria da Polícia Civil que teve a casa invadida por agentes, que levaram R$ 20 mil, uma espingarda e relógios de luxo avaliados em mais de R$ 700 mil. Além disso, acusou policiais de extorsão, alegando que exigiram R$ 40 milhões para não prendê-lo.
A namorada contou aos investigadores que, ainda durante a viagem, Antônio Vinicius conversou por telefone com uma pessoa que devia dinheiro a ele. As investigações apontam que essa pessoa era o mesmo homem que o reconheceu no aeroporto de Maceió.
Depois da conversa ao telefone, o empresário mandou os seguranças buscarem algumas joias, que seriam parte do pagamento. Segundo a polícia, elas eram avaliadas em R$ 1 milhão.
As joias foram entregues em um quiosque, na orla de Maceió, três dias antes da execução em Guarulhos. À polícia, um dos seguranças disse em depoimento que quem entregou as joias em uma sacola preta foi um homem chamado Alan, que agora a polícia investiga quem é esse homem.
O empresário foi morto com dez tiros de fuzil. Os dois assassinos estavam encapuzados, e fugiram sem levar as joias trazidas de Alagoas. Uma das suspeitas é de que os criminosos não sabiam da existência das joias, e o único objetivo seria executar Antônio Vinicius.
Estilo de vida
Antônio Vinicius era milionário e proprietário de dezenas de imóveis, a maioria localizada em áreas nobres da Zona Leste de São Paulo.
De acordo com vizinhos, ele passou boa parte de 2023 recluso, mas, neste ano, começou a sair com mais frequência, algumas vezes até sem a companhia de seus seguranças particulares.
Ao desembarcar no aeroporto de Guarulhos, Antônio esperava ser recebido por uma escolta de quatro policiais militares. No entanto, os PMs alegaram problemas mecânicos no veículo e apenas um policial chegou ao local em outro carro.
Nesta semana, a força-tarefa responsável pela investigação afastou os policiais militares que atuavam como seguranças particulares do empresário e os policiais civis denunciados por corrupção em sua delação. Os investigadores afirmaram que já identificaram uma das pessoas envolvidas no assassinato.
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