Responsáveis por micro-ônibus são indiciados por acidente que matou 5 em PE

A Polícia Civil de Pernambuco concluiu que uma falha mecânica no sistema de freios foi a causa do atropelamento que matou cinco pessoas e feriu 29 durante uma procissão religiosa no bairro Marcos Freire, em Jaboatão dos Guararapes, no Domingo de Páscoa, 31 de março.

O caso resultou no indiciamento de três pessoas, incluindo o motorista do micro-ônibus. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (21), em coletiva de imprensa no Recife.

Segundo a investigação, os organizadores da procissão haviam adotado medidas de segurança adequadas. A Prefeitura Municipal foi informada previamente e enviou uma viatura com dois agentes de trânsito para controlar o tráfego no local.

Veículos de grande porte, como um trio elétrico, lideravam o cortejo, enquanto carros menores aguardavam a passagem dos pedestres sob a supervisão dos fiscais.

No entanto, o micro-ônibus envolvido no acidente ultrapassou a coluna de veículos e invadiu a calçada, atingindo pessoas que participavam da procissão. O veículo só parou após perder velocidade, quando as vítimas foram prensadas entre as rodas e o asfalto.

A perícia técnica identificou um defeito no sistema de freios do micro-ônibus, especificamente no componente conhecido como “cuíca”, que apresentava um vazamento de ar. Esse problema comprometeu a eficiência do sistema de frenagem, sendo apontado como o principal fator do acidente.

A investigação isentou a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes de responsabilidade, mas apontou diversas irregularidades no micro-ônibus, incluindo a ausência de um tacógrafo, dispositivo essencial para monitorar a velocidade do veículo.

No dia do acidente, o micro-ônibus era conduzido por um idoso de 74 anos, pai de um motorista que costumava pagar uma diária ao permissionário para operar o veículo na linha de transporte de passageiros. Essa prática, que consiste no aluguel informal do veículo, é proibida pela prefeitura.

Com base no inquérito, o motorista do micro-ônibus, o permissionário e o responsável pela manutenção foram indiciados por homicídio doloso, com dolo eventual, e lesões corporais graves, crimes previstos no Código Penal. O dolo eventual ocorre quando o agente tem ciência dos riscos de sua conduta, mas assume as consequências. Se condenados, os acusados podem pegar penas de até 20 anos de prisão.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Responsáveis por micro-ônibus são indiciados por acidente que matou 5 em PE no site CNN Brasil.

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