Mobilidade sustentável: pesquisa traça perfil do ciclista de Belém, sede da COP 30

Na semana do Dia Nacional do Ciclista, celebrado dia 19 de agosto, Belém participa da 4ª edição da pesquisa nacional Perfil do Ciclista Brasileiro. Cerca de 700 pessoas que usam o pedal como meio de transporte serão entrevistadas na capital paraense. O estudo ocorre na sede da COP 30 em meio ao debate global sobre a urgência de reduzir a emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa – o maior vilão da crise climática.
O objetivo da pesquisa é levantar dados para subsidiar políticas públicas voltadas ao transporte ativo na região metropolitana. O coletivo Parácliclo é responsável pelo levantamento em Belém e vai às ruas até dia 6 de setembro, para percorrer pontos estratégicos de grande fluxo de ciclistas na capital.
Daniele Queiroz, do Paráciclo, destaca que Belém precisa otimizar a circulação e o deslocamento das pessoas, e a bicicleta surge como a melhor alternativa, seja pelo impacto positivo desafogando o trânsito ou por ser um transporte de zero emissão de poluição.
“É fundamental que os governos façam a escolha por uma matriz energética mais limpa e sustentável, neste sentido, a bicicleta não tem concorrência. É preciso avançar, liderar pelo exemplo seria estratégico para o Brasil esta tomada de decisão enquanto sede da COP 30”, frisa.
A pesquisa já foi realizada em 2015, 2018 e 2021. Promovida em diversas cidades do país por coletivos de cada localidade, a ação é coordenada pela ONG Transporte Ativo em parceria com o Laboratório de Mobilidade Sustentável e Observatório das Metrópoles.
Pesquisa
Segundo a Pesquisa de Contagem de Ciclistas, realizada pelo coletivo Paráciclo em 2019, a bicicleta e o transporte público são os principais meios de transporte da maior parte da população de Belém.
Para traçar o perfil do ciclista e seus desafios na cidade, equipes de voluntários do coletivo irão aplicar um questionário com cerca de 15 perguntas, que buscam levantar dados sobre tópicos como a frequência que o entrevistado usa a bike, quanto tempo ele leva para fazer o trajeto, os motivos que o movem a escolher o modal, se a pessoa já se envolveu em algum acidente no trânsito ou furto de bicicleta.
A diretora geral do Paráciclo destaca que a missão do coletivo a partir deste estudo é apresentar dados que justifiquem a ampliação de infraestruturas que atendam as pessoas que fazem da bicicleta seu meio de transporte, seja esta uma opção em função do transporte público precário, seja por uma escolha mais econômica.
“Buscamos pautar a importância da mobilidade ativa e sustentável, principalmente para a população pobre e periférica que tem o seu deslocamento mais afetado pelos efeitos da crise climática”, frisa.
Este mês, a pesquisa já foi aplicada na avenida Almirante Barroso, esquina com a Tavares Bastos, e em São Brás. Até setembro, as equipes irão passar pela avenida Augusto Montenegro, bairro do Guamá, Terra Firme, Jurunas, Ver o Peso e pelo Telégrafo.
Após a coleta, a fase seguinte é a tabulação dos dados, e traduzir os números concretos que revelem quem são estas pessoas que usam a bicicleta como meio de transporte, o que elas esperam de melhorias concretas traduzidas e revertidas em políticas públicas.
Os resultados serão divulgados no segundo semestre, em um estudo nacional sobre ciclismo.
Serviço:
4ª edição da pesquisa nacional Perfil do Ciclista Brasileiro é realizada em Belém até começo de setembro. De 19 a 23, a mobilização ocorre na avenida Augusto Montenegro, cruzamento com a Independência, de 6h às 10h. Acompanhe o calendário de ações nas redes sociais do coletivo Paráciclo: @coletivoparaciclo.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.