Justiça aumenta para 24 anos a pena de homem que matou assessor jurídico a facadas em bar de Fortaleza


A vítima, Dione de Moura Araújo, foi assassinada a golpes de faca em bar. Ele era namorado da ex-companheira do assassino. O crime aconteceu em novembro de 2020. Assessor jurídico foi assassinado com golpes de faca pelas costas, afirma testemunha do crime
TV Verdes Mares/Reprodução
A Justiça do Ceará decidiu aumentar para 24 anos e seis meses a pena de Carlos Rhylder Feitosa de Oliveira, condenado por matar a facadas o namorado da ex-companheira, em Fortaleza. A decisão foi informada pelo Tribunal de Justiça do estado nesta sexta-feira (16). O crime aconteceu em um bar da capital cearense em novembro de 2020. A pena deve ser cumprida inicialmente em regime fechado.
Em 2023, Carlos Rhyder foi condenado a 15 anos e nove meses de prisão por matar Dione de Moura Araújo, que trabalhava na Assessoria Jurídica do Ministério Público do Ceará (MPCE). No entanto, a defesa dele recorreu.
A posição da defesa foi pela nulidade do julgamento, alegando que o promotor de Justiça do caso teria se utilizado do silêncio do acusado na sessão de julgamento em desfavor de Carlos Rhyder. Já o MPCE requereu o aumento da sentença, apontando a gravidade do delito e do meio cruel em que o crime foi praticado.
Então, a 2ª Câmara Criminal negou, por unanimidade, o apelo da defesa e deu parcial provimento ao recurso do Ministério Público. A relatora, desembargadora Vanja Fontenele Pontes, destacou que, no presente caso, “não houve exploração tendenciosa do direito de silêncio do acusado”, como apontou a defesa do réu.
‘Ele veio para matar’
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O acusado acompanhava a vítima pelas redes sociais para saber os locais que ele frequentava, antes de cometer o homicídio. O criminoso foi condenado por homicídio qualificado, com motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Dione de Moura estava com a namorada em um bar no Bairro Cambeba, quando o suspeito, Carlos Rhylder Feitosa de Oliveira, abordou a vítima. À época do sepultamento, uma amiga da vítima, que não quis se identificar, chegou a presenciar o crime e afirmou: “Ele veio para matar”.
“Nós estávamos em pé, conversando, ele estava do meu lado. De repente, o cara chegou, dando por trás, os golpes. Eu pensei que eram murros. Puxei ele [o suspeito] pela blusa, e o Dione já correu, e ele [Carlos] correu atrás do Dione, que pulou um alambrado, tropeçou e se machucou. Já tinha muito sangue, pois a facada foi no pescoço”, afirmou a testemunha.
A amiga de Dione disse acreditar que instantes antes dos golpes, o suspeito, já no bar, acompanhava os movimentos da vítima, para atacá-lo. “Ele levou uma faca. Não foi do bar. Ele chegou no local por volta de 22h45 e assassinou o Dione por volta das 23h. Ele chegou e ficou olhando o Dione de longe, já esquematizando como ia fazer. Não houve briga, não houve reação do Dione”, disse.
Ela contou ainda que Carlos ficou em silêncio durante o ataque à vítima. “Do jeito que ele estava, ele poderia até machucar outras pessoas, mas ele só queria machucar o Dione. Foi a maior covardia que vi. Ele não falou nada. Veio para matar o Dione”, declarou.
Prisão
Carlos ainda tentou fugir logo após o crime, mas foi preso pela Polícia Militar do Ceará, conforme a Secretaria da Segurança Pública. O suspeito, após ser capturado, confessou o ataque e afirmou aos policiais que o cometeu por questão de honra.
De acordo com a Secretaria, Carlos, que já tinha antecedentes criminais por crime de trânsito e posse irregular de arma de fogo, foi levado ao 2º Distrito Policial (Meireles), onde foi autuado em flagrante por homicídio.
Posteriormente, a prisão dele foi convertida em preventiva, já que, segundo o Tribunal de Justiça, no entendimento do juiz, ele “representa grave risco de vida para a própria ex-esposa e, consequentemente, para a ordem pública”.
Tentativa de socorro
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Brenda Albuquerque/SVM
A amiga da vítima falou que, até os últimos momentos de vida de Dione, a namorada dele ficou próxima a ele. O assessor foi transportado por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
“Ela estava chocada. Muito triste. Ficou perto dele até o último segundo. A gente colocou ele dentro do carro ainda, fui pegar o carro dele, coloquei o carro do lado, pedi pras pessoas ajudarem e ninguém quis ajudar, só mais três pessoas ajudaram para colocá-lo no carro, encontramos o Samu, mas já não tinha jeito”, lamentou a mulher.
Conforme a amiga, a vida de Dione foi interrompida quando ela estava em seu melhor momento. “Ele era um cara muito bacana. Era um bom filho, um bom amigo. Não tinha inimizade com ninguém, muito pelo contrário. Era um cara que estava sempre pronto para ajudar. Estava no auge da vida dele, vivendo e feliz”.
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