Mãe de Rebeca Andrade relata emoção de ouvir público em Paris gritar o nome da filha: ‘É lindo demais’


Em 2021, nas Olimpíadas de Tóquio, Rosa Rodrigues participou à distância, torcendo pela TV. Desta vez, está na França, vibrando com as vitórias. Equipe brasileira de ginástica artística ganhou medalha de bronze na terça (30). Mãe de Rebeca Andrade em entrevista ao Encontro
Reprodução/TV Globo
Rosa Rodrigues, mãe de Rebeca Andrade, relatou nesta quarta-feira (31), a emoção de acompanhar a filha nas Olimpíadas em Paris. Em entrevista ao programa Encontro, da TV Globo, ela comentou sobre a conquista da medalha inédita nesta terça-feira (30).
A nota no salto de Rebeca Andrade garantiu o bronze para a equipe de ginástica artística. Ela conseguiu 15.100 pontos.
“Mais orgulhosa, mais nervosa. Sem sombra de dúvida. (…) De pertinho, você vê as pessoas gritando o nome da sua filha, o nome das meninas da equipe. Você se arrepia toda, fica sem ação. Todo mundo gritando o nome delas. É lindo demais”.
A equipe brasileira fechou a final em 3º lugar, com pontuação final de 164.497. Rebeca conseguiu as maiores pontuações do time em todos os aparelhos, com 15.100 no salto, 14.200 no solo, 14.133 na trave e 14.533 nas paralelas.
A contagem dos pontos foi outro momento marcado por nervosismo e emoção. Rosa disse que após a confirmação da vitória, só pensava em abraçar a filha.
“Foi demais. Eu comecei a descer a arquibancada, até esqueci que estava de plataforma. Fui descendo de escada para chegar até a grade, para abraçar ela, beijar”.
Rivalidade ‘do bem’
Durante a entrevista, ela ainda falou que o clima de rivalidade entre Rebeca e a ginasta norte-americana Simone Biles é respeitoso e muito saudável.
“Eu acho bonito, tenho admirado, porque está bem gostoso. É uma rivalidade respeitosa. A Rebeca super respeita a Simone desde sempre. A gente sabe, é uma ícone, ela é espetacular. Só que a Rebeca está buscando, está fazendo o dela. E a Biles tem respeitado isso.”
Rebeca Andrade no solo
Hannah Mckay/Reuters
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“Daianinha de Guarulhos”
Rebeca nasceu em Guarulhos, na Grande São Paulo, e começou a treinar aos 4 anos no Ginásio Bonifácio Cardoso. Ela iniciou a carreira no projeto social Iniciação Esportiva, da prefeitura da cidade.
VÍDEO: Rebeca começou a treinar em Guarulhos aos 6 anos de idade
Lá, ela ganhou o apelido de “Daianinha de Guarulhos”, em referência a Daiane dos Santos, vencedora de nove medalhas de ouro em campeonatos mundiais no solo entre 2003 e 2006. Ela chegou a conhecer Daiane na ocasião (veja vídeo acima).
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Reuters/Dylan Martinez
Rebeca é atleta do Flamengo. No solo desta terça, mais uma vez ela se apresentou ao som de “Baile de Favela”, de Anitta, escolha já tradicional da ginasta.
“A Rebeca desde pequena sempre foi muito travessa, tudo que ela fazia era pulando, ela levava muito jeito para a coisa, mas eu não tinha muita noção de como funcionam as coisas, onde tinha ginásio”, contou Rosa ao g1 em 2021.
Segundo Rosa, o acaso interveio, e a tia de Rebeca, que era funcionária pública, teve que cobrir a licença de uma outra pessoa que trabalhava no ginásio da cidade.
Na semana em que a tia começou a trabalhar por lá, estavam abertas as inscrições para testes de novos atletas. Ela levou Rebeca, que na época tinha 4 anos, para se inscrever. Foi nesse dia de teste que ela ganhou o apelido de “Daianinha”.
O passo seguinte foi dado por Mônica Barroso dos Anjos, técnica da equipe de ginástica de Guarulhos e árbitra internacional. Foi ela quem descobriu Rebeca na Iniciação Esportiva.
Mônica treinou a jovem por um ano e meio. Em seguida, a encaminhou para o grupo de alto rendimento, onde Rebeca disputou competições representando Guarulhos, como o estadual, o brasileiro e até um interclubes em Cuba, em 2009.
Rebeca Andrade em Cuba em uma competição por Guarulhos
Arquivo pessoal
Rebeca treinou por cinco anos, entre 2005 e 2010, no ginásio de Guarulhos com o projeto do município que atende crianças e jovens com idade entre 7 e 17 anos.
Além da ginástica artística, há diversas modalidades, como futsal, voleibol, basquete, futebol, handebol e natação, entre outras. Atualmente, cerca de 5 mil jovens são atendidos pelo projeto.
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