Assassinato do chefe do Hamas aumenta a tensão no Oriente Médio


Ismail Haniyeh foi alvo de um ataque aéreo no Irã. O regime raniano e o grupo terrorista culpam Israel. Governo israelense não confirma nem desmente, mas Netanyahu prevê dias difíceis. Terrorista que chefiava o Hamas há quase 20 anos é morto no Irã
A quarta-feira (31) começou com uma notícia que agravou o clima de tensão que domina o Oriente Médio desde o início da guerra entre Israel e o Hamas. O homem que chefiava o grupo terrorista há quase 20 anos foi morto em um ataque aéreo na capital iraniana.
A imprensa estatal do Irã informou que às 2h, um ataque matou Haniyeh na casa onde ele estava hospedado, em Teerã. Outro chefe do Hamas que também estava na capital iraniana declarou que um foguete atingiu Haniyeh e que as janelas, portas e paredes do quarto onde ele estava foram destruídas.
O ataque aconteceu horas depois da cerimônia de posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian. O chefe do Hamas estava no Irã para o evento, que contou com a presença de líderes internacionais. O Brasil foi representado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.
Ao anunciarem a morte de Haniyeh, o regime iraniano e o Hamas responsabilizaram Israel. O grupo terrorista disse que o assassinato levou a batalha para uma nova dimensão e terá enormes repercussões.
Ismail Haniyeh tinha 62 anos. Ele participou da primeira intifada, no final dos anos 1980, quando o Hamas foi fundado. Também nessa época, Haniyeh foi preso várias vezes por Israel e chegou a ser exilado no Líbano. Acabou virando protegido do Sheik Ahmed Yassin, fundador do grupo terrorista Hamas.
Ismail Haniyeh foi alvo de um ataque aéreo no Irã.
Jornal Nacional/ Reprodução
Em 2007, Haniyeh virou o chefe do governo da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas. Em 2017, assumiu o comando da ala política do grupo. Haniyeh passou a viver entre Turquia e Catar.
No dia 7 de outubro de 2023, os terroristas do Hamas atacaram Israel. Assassinaram quase 1,2 mil pessoas – entre elas, mulheres, crianças e idosos. Mais de 250 foram sequestradas. Em resposta, a ofensiva israelense após o ataque matou quase 40 mil palestinos em Gaza, de acordo com o Hamas.
Cerca de 110 reféns ainda estão em poder dos terroristas, na Faixa de Gaza. Desses, mais de 40 morreram e os corpos permanecem em cativeiros. Há relatos de reféns que foram estupradas.
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Ismail Haniyeh era o representante do Hamas nas negociações por um acordo de cessar-fogo. Em abril de 2024, um ataque aéreo israelense matou três filhos e quatro netos de Haniyeh na Faixa de Gaza.
Em maio, o procurador do Tribunal Penal Internacional pediu mandados de prisão por supostos crimes de guerra contra Haniyeh e outros chefes do Hamas e também contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O governo israelense não comentou a morte de Ismail Haniyeh, mas autoridades decidiram fechar o espaço aéreo no norte do país por 24 horas. O ministro da Defesa, Yoav Gallant, disse que Israel está preparado para todas as possibilidades.
No início da noite desta quarta-feira (31), o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu fez um pronunciamento à nação e não mencionou a morte do chefe político do Hamas. Ele afirmou que Israel deu golpes duros contra o grupo terrorista e o Hezbollah e que agora o país enfrentará dias difíceis.
O assassinato de Ismail Haniyeh ocorreu menos de 24 horas depois de um bombardeio de Israel a um subúrbio de Beirute, capital do Líbano. O alvo era Fuad Shukr, um comandante do Hezbollah. Israel o acusou de ser responsável pelo ataque de sábado (27), que matou 12 crianças nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel desde 1967. Nesta quarta (31), o Hezbollah confirmou a morte do comandante.
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