“Milícias digitais continuam atuando” neste julgamento, diz Moraes

Na sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que avalia se a Corte irá aceitar ou não a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras sete pessoas por suposta tentativa de golpe, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, citou a ação de grupos que classificou como “milícias digitais”.

A fala foi proferida durante a análise de um pedido para anular a delação premiada do tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O pedido foi rejeitado.

Ao defender a manutenção da colaboração premiada, Moraes afirmou que tornou pública a íntegra dos áudios e vídeos da delação de Mauro Cid para evitar que as informações fossem distorcidas pelas “milícias digitais”.

“Nós sabemos que as milícias digitais continuam atuando, inclusive durante esse julgamento, tentando pegar trechos para montar. Porque a especialidade dessas milícias digitais é a produção e distribuição de fake news para a tentativa de intimidar o Poder Judiciário”, disse Moraes.

O ministro acrescentou: “Não perceberam que, se até agora, não intimidaram o Poder Judiciário, não vão intimidar o Poder Judiciário, seja com milícias digitais nacionais ou estrangeiras, porque o Brasil é um país soberano e independente.”

Segundo o magistrado, “as defesas têm total acesso e demonstram a inexistência de qualquer coação ou irregularidade na audiência regularmente realizada para confirmar a manutenção do acordo premial, devidamente acompanhado pelo procurador-geral da República e por ambos os advogados aqui presentes”.

“Repito: em nenhum momento esse Supremo Tribunal Federal, por meio do ministro relator, interferiu no conteúdo ou nos termos do acordo de colaboração premiada, tendo exercido somente o que a lei garante”, finalizou.

Este conteúdo foi originalmente publicado em “Milícias digitais continuam atuando” neste julgamento, diz Moraes no site CNN Brasil.

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