
Dirigida por Fabiano Lana, a peça “Scarlet” é descrita pelo ator Fernando Veríssimo como uma “autoficção”. A primeira apresentação no Festival de Curitiba ocorreu na quarta-feira (26). O espetáculo é uma experiência repleta de luzes, delírios e intensidade.
Com a produção iniciada há mais de 10 anos, a apresentação descreve diferentes momentos da vida de Fernando. Nela, o ator se desafia a interpretar sozinho três personagens: Scarlet, Genuíno e Darah. A representação hipnótica provoca o público, causa tensão e leva à reflexão sobre as semelhanças com esses personagens.
“Fazer essa peça foi um exercício entre mim e o Fabiano. Havia histórias emocionais e vulneráveis demais, que eu nunca tinha contado para ninguém. Mas eu confiava nele, e ele confiava em mim para fazer isso”, relatou Fernando.
“Scarlet” vai muito além do palco, com uma produção sentimental, comovente e, acima de tudo, humana. O espetáculo compara desilusões amorosas a um cenário cercado por sacolas de lixo e entrelaça as relações homoafetivas vivenciadas por Fernando Veríssimo com as experiências do diretor Fabiano Lana, um homem hétero. Juntos, eles conduzem o público a pensar sobre a quebra de estereótipos desses relacionamentos.
Ao serem questionados sobre o que gostariam que o público levasse consigo após a peça, Fernando e Fabiano responderam: “Queremos que as pessoas levem perguntas. Que vejam tudo o que estamos expondo no espetáculo e se questionem: ‘Se o amor existe, como vou reconhecê-lo? Como posso sair desse monte de lixo e encontrar o amor?’ Queremos que as pessoas se abram ao amor, que entendam a importância de estar abertas ao que vier e de viver todas as possibilidades”.
A última apresentação de Scarlet acontece no dia 27 de março, às 20h, no Teatro Ênio Carvalho, com ingressos a partir de R$15 (meia entrada).
Colaboração: Mariana Koteski Meyer, aluna UP