Donald Trump prometeu, outra vez, criar novas tarifas específicas contra semicondutores e medicamentos importados aos Estados Unidos. Enquanto isso, o líder da China, Xi Jinping, assinou novos acordos de cooperação com o Vietnã.
A nova incerteza gerada pelo governo americano na guerra comercial envolve produtos eletrônicos.
Na noite da última sexta-feira (11), o Departamento de Proteção das Fronteiras Americanas e de Alfândega anunciou a isenção das taxas em produtos como celulares, computadores, maquinários e monitores.
A decisão trouxe alívio a empresas como a Apple, que produz 90% dos aparelhos “iPhone” na China, e via o risco dos preços triplicarem como consequência das tarifas de 145% que Trump impôs contra Pequim.
No domingo (13), o secretário do Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, reforçou que a pausa seria apenas temporária.
Pouco depois, Trump afirmou que smartphones e outros eletrônicos não estão totalmente isentos. Esses produtos estão tarifados em 20% nas “taxas do fentanil” e, posteriormente, serão movidos para outra categoria de impostos.
Nesta segunda (14), Trump prometeu tarifar semicondutores importados e voltou a dizer que vai taxar medicamentos que chegam aos Estados Unidos.
“Nós não fazemos mais os nossos próprios medicamentos. As farmacêuticas estão na Irlanda e elas estão em vários outros lugares. China. E tudo o que eu preciso fazer é impor tarifas. Quanto mais fácil elas se moverem, maior será a situação da tarifa. É inversamente proporcional. Quanto maior a tarifa, mais rápido elas vêm.”, disse Trump.
O republicano deixou claro que as taxas de 145% contra a China seguem inalteradas e que ainda aguarda um sinal de Pequim para negociar. Enquanto espera, Trump foi alertado pela Associação Americana da Soja sobre possíveis danos permanentes ao setor e o risco de falência de agricultores americanos.
“As tarifas estão somente adicionando problemas aos que já temos. Elas estão somente deixando as coisas mais complexas e tornando as nossas decisões mais difíceis de serem tomadas.”, apontou o fazendeiro Scott Metzger, representante da Associação Americana da Soja.
A China se aproveita da situação para fortalecer laços no sudeste asiático.
O presidente Xi Jinping visitou o Vietnã e fechou cerca de 40 acordos comerciais. Xi também vai passar por Camboja e Malásia, em agenda considerada de “maior importância” pelo governo chinês. Além dos tratados, Pequim já garantiu outras vantagens com o tarifaço de Trump.
Exportações chinesas saltaram 12,4% em março, na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado vem na esteira de um aumento antecipado nas compras, buscando evitar os impostos e preços mais altos.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Isolamento comercial de Trump cria oportunidades à economia chinesa no site CNN Brasil.