Apesar do cenário econômico instável, os índices de inadimplência dos aluguéis de imóveis em Curitiba continuam sendo um dos mais baixos entre as principais cidades brasileiras. No primeiro quadrimestre do ano, a taxa ficou entre 1% e 1,5%, bem abaixo da média do Paraná que tem variado entre 3% e 3,5%.
Eu conversei com a proprietária da Imobiliária Tantus, Izabel Maestrelli, e ela me explicou que o mercado de locação de Curitiba está bastante aquecido e como há uma demanda maior de interessados em relação à oferta de imóveis, os inquilinos se empenham no sentido de fazer os pagamentos pontualmente.
A empresária me disse que a Tantus recebe uma média de 2 mil pedidos por mês de interessados em alugar um imóvel em Curitiba. No entanto, ela consegue alugar apenas 45, pois não há imóveis disponíveis para atender a todos. Para alguns tipos de imóveis, em determinados bairros da cidade, 100 clientes disputam um único imóvel.
De acordo com Izabel Maestrelli, em 2024, e nos primeiros quatro meses de 2025, 20% dos imóveis da carteira de locação foram transferidos para a carteira de venda. O principal motivo é a elevação dos juros. E como a tendência é de taxas ainda maiores, a previsão é de que o aluguel se torne ainda mais difícil, pois os proprietários preferem vender o imóvel e aplicar o dinheiro no banco, já que o rendimento é bem mais atraente.
A proprietária da imobiliária aponta que diante dos juros elevados, uma opção é aumentar a taxa de remuneração, que é de 0,5% sobre o valor de mercado, para 0,6% ou 0,7%.
Quais os principais motivos da inadimplência da locação imobiliária?
Eu fiz essa pergunta à proprietária da imobiliária Tantus e ela me disse que o desemprego e o endividamento no cartão de crédito são as principais causas do atraso nos pagamentos dos aluguéis.
A empresária me contou que a Tantus vem investindo desde 2019 em processos para aumentar a lucratividade, diminuir a inadimplência e crescer de maneira orgânica.
Dentre as estratégias que levaram à diminuição da inadimplência, que caiu 25% entre 2019 e 2024, a principal foi a cobrança humanizada. Segundo Izabel, é fundamental investir em uma pessoa que entende o cliente, que ajuda e conhece o mercado e o outro lado da negociação.
