
A aquisição de novos bens se torna cada vez mais difícil para o brasileiro e também para o paranaense que tenta se adaptar a alta dos juros. O Paraná foi responsável pelo financiamento de mais de 40 mil veículos, entre novos e usados, apenas no mês de abril deste ano, de acordo com dados da Bolsa de Valores B3.
O número parece alto, mas houve uma enorme queda de cerca de 10% em comparação ao mesmo período do ano passado. A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e ela muda a cada 45 dias, mudança definida pelo Banco Central. A previsão é de que ela continue em alta, influenciando todas as outras taxas praticadas no mercado.
Segundo o administrador Luiz Ardigo, os financiamentos devem ficar ainda mais caros nos próximos meses.

Os financiamentos imobiliários estão mais criteriosos, e isso também reflete numa busca mais lenta por parte do consumidor.
O corretor imobiliário Rafael Camargo relata que o número de clientes que conseguem chegar até o financiamento diminuiu. As parcelas do financiamento também estão mais caras.
Construtoras de alto padrão também estão sentindo a alta taxa de juros. O corretor imobiliário que atua com imóveis de luxo, Nicolas Poffo, afirma que as empresas estão oferecendo até financiamento próprio e personalizado, para manter o setor aquecido.
O financiamento de motos também registrou queda de 9% se comparado com o mês de abril de 2024. Com o crédito mais caro, as famílias tendem a comprar menos, o que afeta o setor de autos. Com o consumo desacelerando, as empresas vendem menos e tendem a investir menos, o que pode levar à contenção de gastos, inclusive com pessoal. Isso contribui para o aumento do desemprego e para a desaceleração da economia como um todo.
A administradora de empresas Izabela Batista, dá dicas para o consumidor durante esse cenário em que manter uma dívida a longo prazo pode ser desafiador.
Com base nesse cenário, ter conhecimento financeiro passa a ser primordial na tomada de decisão.
Reportagem: Juliano Couto