O Brasil registrou nesta terça-feira (27) um caso de gripe aviária altamente patogênica em ave silvestre, o que não deverá ter impactos comerciais, e investiga uma suspeita da mesma doença em granja comercial no Rio Grande do Sul, afirmou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, durante uma audiência no Senado, nesta terça-feira.
Conforme o sistema do ministério, o caso em ave silvestre foi registrado em cisne negro cativo em Mateus Leme (MG).
Já a investigação de um outro caso em granja comercial acontece em Anta Gorda, no mesmo município onde o Brasil identificou um foco de doença de Newcastle em 2024, que resultou em embargos comerciais.
Para o ministro, o caso em ave silvestre deve ser tratado como algo “natural”, já que o Brasil está na rota das aves migratórias, que geralmente transmitem o vírus.
Embargos de importadores à carne de frango geralmente são anunciados quando o problema é visto em aves de granjas comerciais, e não em silvestres ou de subsistência.
“Hoje temos um caso em Anta Gorda, no Rio Grande do Sul, que está com suspeita. Com toda a tranquilidade estamos mostrando ao mercado”, disse Fávaro, acrescentando que outras duas suspeitas em granja comercial, em Santa Catarina e em Tocantins, já foram descartadas.
Até hoje, o Brasil teve apenas uma ocorrência de gripe aviária em granja comercial, em meados de maio; três em aves de subsistência e 165 ocorrências da doença em aves silvestres foram identificadas desde maio de 2023, data da primeira confirmação.
Fávaro também destacou que o registro de gripe aviária em granja comercial em Montenegro (RS) está “contido”.
Ele considera que, se não fosse assim, outros casos teriam sido registrados “pela rapidez na propagação e pela letalidade do vírus”.
“Se tivesse escapado deste foco, com quatro ou cinco dias teríamos outros casos”, afirmou Fávaro, citando que as barreiras sanitárias funcionaram em Montenegro, onde o país viu surgir o primeiro caso de gripe aviária em granjas comerciais, em meados deste mês.
Dessa forma, o ministro considera que o Brasil está na contagem regressiva para se autodeclarar livre da doença, algo que pode ser feito se nenhum outro registro em granja comercial for confirmado.
Essa autodeclaração poderia ser feita em 28 dias, contados a partir da última quinta-feira, após a desinfecção completa da granja infectada em Montenegro.
Mais de 40 destinos comerciais já impuseram algum tipo de suspensão temporária, nacional ou regional, a importações de carne de frango brasileira, após a confirmação de um foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul.
Além do caso em Anta Gorda, a cerca de 130 km de Montenegro, o Brasil investiga outras suspeitas de gripe aviária, mas em aves silvestres ou galinhas de subsistência.
Uma investigação em granja comercial ainda acontece em Tocantins, segundo os registros do ministério. Ali, resultados preliminares descartaram a doença altamente patogênica. A ocorrência foi citada por Fávaro como tendo sido descartada.
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