Horas depois da discussão entre a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e os senadores Marcos Rogério (PL-RO) e Plínio Valério (PSDB-AM), na comissão de Infraestrutura do Senado, alguns parlamentares usaram a tribuna do plenário da Casa para prestar solidariedade à ministra.
O líder do governo no Senado, Jacques Wagner (PT-BA), prestou solidariedade à chefe da pasta do Meio Ambiente.
Já o senador Fabiano Contarato (PT-ES) afirmou que o que aconteceu com Marina “é um momento de reflexão para o Senado porque não foi uma imagem positiva que passamos para a população brasileira”.
Também filiado ao Partido dos Trabalhadores, o senador Beto Faro (PT-PA) afirmou que tem posições em alguns aspectos diferentes da ministra, “mas isso não dá direito a ninguém, mesmo que senador, de desrespeitá-la”.
O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), disse que o debate político precisa acontecer, “o que não é aceitável é qualquer tipo de agressão e de machismo”.
Também presente na sessão, o senador Humberto Costa (PT-PE) prestou solidariedade.
Além dos parlamentares, Marina Silva recebeu apoio da primeira-dama, Rosângela da Silva. Janja afirmou que é “impossível não ficar indignada com os desrespeitos” acontecidos com a ministra.
Marina também recebeu uma ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Marina abandona sessão
A ministra foi convidada pela comissão para falar sobre a criação de unidade de conservação marinha na Margem Equatorial, região de interesse para a exploração de petróleo.
Momentos depois do bate-boca com Marcos Rogério, ainda com o plenário com os ânimos exaltados, Marina Silva deixou a sessão após discutir com o senador Plínio Valério (PSDB-AM).
A discussão com Plínio começou com o senador dizendo: “Ministra, que bom reencontrá-la. E ao olhar para a senhora, eu estou vendo uma ministra. Eu não estou falando com a mulher. Eu tô falando com a ministra”.
Ainda com o microfone desligado, Marina rebateu: “Eu sou as duas coisas. O senhor está falando com as duas coisas.”
Foi então que Valério declarou: “Porque a mulher merece respeito, a ministra, não”. Imediatamente, a fala do tucano despertou reações dos colegas, que pediram pela manutenção do respeito na Casa.
Em seguida, a ministra relembrou uma afirmação de Valério que, em março, disse ter vontade de enforcá-la.
“O senhor que diz que queria me enforcar. Foi o senhor que disse que queria me enforcar”, relembrou Marina.
Valério tentou se explicar, disse que não tinha “nada contra mulher”, mas não convenceu a ministra, que seguiu cobrando um pedido de desculpas.
“Vocês me convidaram como ministra, têm que me respeitar. Eu me retiro porque não fui convidada por ser mulher”, disse Marina, que se levantou para deixar a audiência.