O aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciado pelo governo federal tem gerado forte tensão entre o Executivo e o Congresso Nacional. De um lado, a oposição se une para tentar barrar essa medida; do outro, governo argumenta que mudanças irão impactar emendas parlamentares.
Em análise ao CNN Money nesta terça-feira (27), Thais Herédia, analista de economia, questionou qual será o grau de coerência do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta.
“Hugo Motta fez um posicionamento ontem com recados para o governo, defendendo a responsabilidade fiscal, a redução dos gastos e que o Brasil não aguenta mais aumentar impostos. Qual vai ser o grau de coerência? Porque o posicionamento foi provocativo para o governo e foi uma resposta ao ministro Fernando Haddad”, disse Herédia.
Assim, a analista afirma que esse embate trava interesse de ambos os lados, mas o que os une é a falta de responsabilidade fiscal.
“Ambos falam em responsabilidade fiscal. Ambos não praticam responsabilidade fiscal. Certamente, a responsabilidade fiscal não está no interesse de nenhum dos lados”, disse.
Em meio a esse cenário, Frentes Parlamentares que representam o setor produtivo no Congresso manifestaram apoio público à derrubada do decreto que aumenta o IOF e já se acumulam 19 projetos apresentados para barrar essa medida.
Enquanto isso, o setor privado também se manifesta. As maiores confederações do setor privado elaboraram um manifesto no qual criticam o decreto do IOF anunciado pelo governo federal na semana passada e pedem que o Congresso anule a medida.
“Os grupos privados são bem organizados no debate político e eles, no caso do IOF, tem uma preocupação real com o custo do crédito, com a desorganização da economia, distorções e os fins justificando os meios”, analisou Herédia.
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