Estudantes e professores da Universidade de Harvard se reuniram no campus na terça-feira (27) em uma demonstração de apoio aos estudantes internacionais, instando a universidade a se manter firme em meio à crescente pressão federal.
“Não somos o inimigo, vocês não precisam lutar contra nós”, disse Oscar Escobar, da Colômbia, que recentemente concluiu um mestrado em Administração Pública na universidade.
O protesto ocorre em um momento em que o governo dos EUA se mobiliza para romper laços com a instituição da Ivy League.
Em uma carta enviada na terça-feira, a Administração de Serviços Gerais dos EUA (GAA na sigla em inglês) instruiu as agências federais a revisar e potencialmente rescindir ou realocar seus contratos restantes com Harvard — estimados por uma autoridade em cerca de US$ 100 milhões.
O governo já cancelou quase US$ 3 bilhões em bolsas federais de pesquisa para a universidade e, na semana passada, decidiu revogar sua permissão para matricular estudantes internacionais.
Esses alunos — cerca de 6.800 no total — representam cerca de 27% das matrículas de Harvard.
Um juiz federal em Boston impediu temporariamente o Departamento de Segurança Interna dos EUA de revogar a matrícula de estudantes internacionais na universidade na sexta-feira (23).
Durante uma breve sessão judicial na terça-feira (27), um advogado do Departamento de Justiça afirmou que o governo está cumprindo a ordem, mas ainda avaliando suas opções.
Harvard está processando o governo Trump por essas medidas, argumentando que elas violam o devido processo legal e infringem as proteções à liberdade de expressão previstas na Primeira Emenda, ao atingir o corpo docente, o currículo e as opções de matrícula da universidade.
Em entrevista à NPR divulgada na terça-feira, o reitor da Universidade de Harvard, Alan Garber, chamou as ações da administração de “perplexas”, acrescentando que, embora o campus tenha seus próprios problemas internos para resolver, “desde que existem os Estados Unidos da América, Harvard acredita que seu papel é servir à nação”.