O que é a Guarda Revolucionária do Irã


Irã disse nesta quinta que Israel matou Hossein Salami, chefe da Guarda Revolucionária iraniana, uma das figuras mais poderosas entre os militares do país. Imagens mostram fumaça em Teerã
O Irã anunciou que o chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, morreu em um ataque de Israel nesta sexta-feira (13), pelo horário local — noite de quinta-feira (12), no Brasil.
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Salami era uma das figuras mais poderosas do setor militar iraniano. A morte dele pode representar uma escalada no conflito entre Israel e o Irã.
Hossein Salami, chefe da Guarda Revolucionária; Irã diz que ele foi morto em ataque de Israel
Reuters
A Guarda Revolucionária do Irã é o braço mais poderoso do Exército do país e foi fundada após a Revolução de Islâmica de 1979. A ideia era contrabalancear o poder das forças armadas regulares com uma outra instituição militarizada.
Atualmente, tropas da guarda protegem os líderes do governo e fiscalizam os protestos nas ruas, entre outras funções.
A entidade é subordinada ao supremo líder do país, o aiatolá Khamenei.
Hoje, são cerca de 125 mil homens com exército, marinha e unidades aéreas. Além disso, a Guarda Revolucionária comanda um grupo paramilitar voluntário que, com frequência, é usado para dispersar manifestações contra o governo e também uma milícia religiosa, a Basij. De acordo com os analistas, o número de voluntários da Basij é de cerca de 1 milhão.
As Forças Quds são o braço da Guarda Revolucionária especializado em duas atividades:
Espionagem em outros países.
Relação com grupos paramilitares e milícias em outros países do Oriente Médio, como Líbano, Iraque, Iêmen e Síria.
Mortes confirmadas
Além de Salami, o Irã também confirmou as mortes dos cientistas nucleares Mohammad Mehdi Tehranchi e Fereydoon Abbasi.
Na madrugada desta sexta-feira, as Forças de Defesa de Israel atingiram dezenas de alvos no território iraniano. Explosões foram registradas em Teerã e várias cidades do país. Os militares afirmaram que a operação tem como objetivo impedir o avanço do programa nuclear do Irã.
Logo após os bombardeios, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um pronunciamento afirmando que o principal alvo foi a usina de Natanz, considerada o centro do programa de enriquecimento de urânio do Irã. Segundo ele, cientistas envolvidos nesse programa também foram alvejados.
“Estamos em um momento decisivo na história de Israel”, declarou Netanyahu. Ele afirmou ainda que os ataques continuarão “por quantos dias forem necessários”, com o objetivo de conter o que chamou de “ameaça iraniana à própria sobrevivência de Israel”.
O ministro da Defesa, Israel Katz, declarou estado de emergência e determinou o fechamento do espaço aéreo israelense, como medida de precaução diante de possíveis retaliações.
Os Estados Unidos negaram envolvimento direto na operação. De acordo com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, Washington foi informado, mas não participou da ação.
O ataque acontece em meio à escalada nas tensões entre Israel e Irã e às alegações de que Teerã estaria em estágio avançado no desenvolvimento de armas nucleares. Um oficial das Forças Armadas israelenses afirmou que o Irã já possui urânio suficiente para produzir bombas nucleares.
Hossein Salami fala durante encontro com o aiatolá Ali Khamenei, em 2023
WANA via Reuters
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