O corpo de Bira Presidente será velado na Capela 9 do Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na zona oeste do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (16). A cerimônia de despedida acontecerá das 14h às 16h30 e será aberta ao público.
A bateria do bloco Cacique de Ramos, fundado por Bira, estará presente e fará uma homenagem ao sambista. Outras personalidades do samba devem comparecer.
Ubirajara Félix do Nascimento, que também é um dos fundadores do Fundo de Quintal, morreu na noite de sábado (14), aos 88 anos, em decorrência de complicações do câncer de próstata e Alzheimer. Ele estava internado no Hospital da Unimed Ferj, na Barra da Tijuca, também na zona oeste do Rio.
Na tarde deste domingo (15), admiradores e componentes do Cacique de Ramos foram até a quadra do bloco em Olaria, na zona norte, para homenagear Bira. A tradicional roda de samba com feijoada deu lugar a uma roda tributo acústica.
O percussionista, cantor e compositor foi um dos artistas mais importantes do samba. Sempre com um sorriso no rosto, Bira Presidente ajudou a revolucionar o gênero musical.
“Sua atuação no Cacique de Ramos moldou o bloco e o samba, o Doce Refúgio se tornou um espaço de referência cultural. No Fundo de Quintal, foi o ponto de partida de uma linguagem que redefiniu a roda de samba e inspirou gerações”, afirmou o Cacique de Ramos em nota.
Ele deixa as filhas Karla Marcelly e Christian Kelly, os netos Yan e Brian, e a bisneta Lua.
Quem foi Bira Presidente?
Nascido em 23 de março de 1937, no Rio de Janeiro, Bira Presidente era filho de Domingos Félix do Nascimento e Conceição de Souza Nascimento.
O sambista cresceu no bairro de Ramos, na zona norte carioca e, desde cedo, esteve envolvido por este universo, frequentando rodas de samba comandadas por nomes como Donga e Pixinguinha. Ainda na infância, com sete anos, foi batizado na Estação Primeira de Mangueira, considerada sua agremiação do coração.
Em 1961, Bira fundou, ao lado de amigos e familiares, o Grêmio Recreativo Cacique de Ramos, um bloco carnavalesco que se tornou um dos mais potentes símbolos culturais do samba no país.
Já no final de 1970, com as rodas do Cacique surgiu o grupo Fundo de Quintal, com Bira como um dos fundadores. Entre os principais sucessos musicais estão “O Show Tem Que Continuar”, “A Amizade” e “Do Fundo do Nosso Quintal”.