Primeiro debate à Prefeitura do Rio reúne cinco candidatos nesta quinta-feira


Candidatos responderam a perguntas feitas por jornalistas do Grupo Bandeirantes e por adversários. Candidatos à Prefeitura do Rio fazem o primeiro debatr
Alexandre Brum/Divulgação
Cinco candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro participaram na noite desta quinta-feira (8) do primeiro debate da disputa municipal, que acontece em outubro. O encontro foi realizado pela Band, na Zona Sul do Rio.
Estiveram presentes nos estúdios da emissora, em ordem alfabética, Alexandre Ramagem (PL), Eduardo Paes (PSD), Marcelo Queiroz (Progressistas), Rodrigo Amorim (União Brasil) e Tarcísio Motta (PSOL).
A mediação foi feita pelo jornalista JP Vergueiro.
O debate foi dividido em três blocos:
Primeiro bloco: Cada candidato teve 1 minuto e 30 segundos para responder a uma mesma pergunta, respeitando o sorteio da ordem das bancadas.Na sequência, ocorreram os confrontos temáticos diretos entre candidatos.
Segundo bloco: Cada candidato teve 1 minuto e 30 segundos para responder a uma mesma pergunta, respeitando o sorteio da ordem das bancadas. Em seguida, nova rodada de confrontos diretos entre os candidatos.
Terceiro bloco: cada candidato teve 1 minuto e 30 segundos para fazer suas considerações finais, na ordem decrescente das bancadas.
Primeiro bloco
O debate começou com os candidatos respondendo a pergunta escolhida pela produção da Band: “Por que o carioca deve escolher o senhor para ser prefeito do Rio ?”
A ordem das respostas foi definida por sorteio, e o primeiro a responder foi Tarcísio Motta. “Fui eleito o vereador desta cidade por duas vezes, da última vez, há quatro anos, o vereador mais votado dessa cidade. Entrei na política porque acredito que só a luta muda a vida e que as injustiças e as desigualdades, a gente não pode ficar indiferente a elas. Tem gente aqui nesse debate que quer continuar governando a cidade por 16 anos. Outros aqui representam uma extrema direita que, quando foi eleita, prometia cuidar das pessoas e só entregou mentira. Ao contrário disso, eu enfrentei a máfia na CPI dos ônibus, apresentei soluções de prevenção aos colapsos climáticos”.
Em seguida, veio a resposta de Rodrigo Amorim: “Estou como você, indignado com o Rio de Janeiro, entregue às mentiras. Mentiras do pai da mentira. O maior problema da nossa cidade que se encontra é a segurança pública. Eu quero firmar um compromisso com você para restaurar a órgão dessa cidade. Sendo o entanto, esquecemos quem mais precisa, as pessoas. E para isso, o meu vice, o deputado Fred Pacheco, o deputado que mais se dedica a pauta social na Assembleia Legislativa, está do meu lado. Eu tive coragem para enfrentar a máfia, a máfia do reboque e vou ter a força para mudar a história do Rio”.
Na sequência, foi a vez de Eduardo Paes responder: “Nós recuperamos o sistema de BRT, expandimos, modernizamos, conseguimos fazer com que as clínicas da família voltassem a funcionar, com o Supercentro Carioca de Saúde. Nós terminamos a metade do tempo de espera na fila do Sisreg. Pela primeira vez, em quase cinco anos, o Rio deixou de ser lanterninha na geração de empregos. A cidade, nesse período de 21 para cá teve 300 mil empregos criados. Tivemos a criação do nosso Ginásio Tecnológico, ou seja, eu não tenho dúvida nenhuma de que nós conseguimos, ao longo desse ano, fazer com que a cidade avançasse, gerando esperança pro Carioca”.
Alexandre Ramagem continuou a sequência de respostas:”Quando eu tinha 20 anos de idade, eu sofri na pele a violência do Rio. Eu fui assaltado e levei um tiro. Só Deus sabe como eu consegui sobreviver. Eu me formei e me tornei delegado de polícia federal para combater o crime. Hoje eu estou aqui com vocês como candidato a prefeito da nossa cidade. Com o apoio do presidente Bolsonaro, porque nós sabemos que esse caos tem a mesma origem. O descaso e a malandragem desse grupo que está aí. Onde tem malandragem demais, tem educação de menos. Tem saúde de menos, tem segurança de menos. O Rio diferente não será feito por esses políticos de sempre”.
Marcelo Queiroz fez a última resposta à pergunta da emissora: “Eu sou deputado federal com mais de 73 mil votos. O que me levou à Brasília foi a minha paixão, os animais. […] Eu sou o responsável por ter realizado o maior programa de castração gratuita do mundo […] Também atuo na questão da defesa aos maus tratos aos animais. Eu quero ser prefeito do Rio para ter uma opção diferente. Longe dos extremos. Que torne e olhe o Rio pra frente. Eu acho inaceitável com uma fila de 335 mil pessoas. Eu sou transplantado, passei por diário, tive câncer. Eu não sei o que é passar um problema de saúde. Também quero Rio de Janeiro sem fila de creche”.
Posteriormente, ainda nesse bloco, os candidatos falaram sobre segurança (Ramagem x Paes), educação (Paes x Queiroz), infra-estrutura (Queiroz x Tarcísio), saúde (Tarcísio x Amorim) e transporte (Amorim x Ramagem).
Durante o segmento, candidatos bolsonaristas fizeram uma espécie de “dobradinha” para atacar a gestão Paes, em questões como transportes e segurança pública, e o atual prefeito procurou falar números de sua gestão e associar os dois concorrentes ao governador Cláudio Castro.
Segundo bloco
No segundo bloco, jornalistas fizeram as perguntas para cada candidato, com direito a escolher outro candidato para comentar a resposta. Entre os temas das perguntas estiveram construções irregulares erguidas por milícias, municipalização de hospitais federais, Ciclovia Tim Maia, internações compulsórias de usuários de drogas e armamento da Guarda Municipal.
Em seguida, houve nova rodada de confronto direto, com perguntas sobre vacinação (Tarcísio x Ramagem); educação (Ramagem x Paes), transporte (Paes x Marcelo Queiroz), transparência pública (Queiroz x Amorim) e Organizações Sociais (Amorim x Tarcísio).
Neste segmento, Marcelo Queiroz questionou Paes se ele cumpriria os 4 anos de mandato – o que o atual prefeito respondeu que sim e Amorim tentou pautar o debate com Tarcísio com questões de costumes. Já Tarcísio buscou criticar a gestão de Bolsonaro sobre a vacinação, o que Ramagem tentou defender.
Fim do debate
Ao final, cada um dos candidatos fez considerações finais. Leia trechos abaixo:
Alexandre Ramagem (PL) – “Eu quero agradecer a família Bolsonaro pela confiança e todos que estão conosco nessa missão. Nós vamos liderar esse processo do Rio de Janeiro, integrar as forças de segurança, trabalhar pelo melhor do carioca, acabar com essa desesperança. O carioca quer oportunidade, uma cidade segura para as próximas gerações. Nós vamos proteger, nós vamos para cima, nós vamos obter e ter essa responsabilidade do carioca”.
Eduardo Paes (PSD) – “Nós tivemos quase 90% dos nossos compromissos cumpridos. Agora é óbvio que falta muito, existe muita coisa que se realizar. Vocês podem ter certeza que se eu tiver a oportunidade de governar por mais de quatro anos, nós vamos ampliar o Super Centro Carioca de Saúde para reduzir a fila do Sisreg e vamos criar um na Zona Norte, um na Zona Oeste. Vamos ampliar o ensino em tempo integral, ampliar vagas e ingressos, cuidar como sistema normal de ônibus”.
Rodrigo Amorim (União Brasil) – “É fundamental que a gente enxergue quem pensa no Rio, quem pensa nas pautas identitárias. Nós, infelizmente, vivemos numa cidade abandonada a desordem. Eu quero restaurar a ordem nessa cidade, transferir o gabinete do prefeito para a sede da Guarda Municipal. Depois formar a Guarda Municipal e polícia municipal de forma ostensiva, não vou lavar as mãos como o atual prefeito”.
Marcelo Queiroz (Progressistas) – “A minha candidatura vai abrigar o melhor da esquerda e da direita. Eu defendo o servidor público. Eu defendo a volta da Secretaria de Administração. Ela acabou no governo Crivella, mas num cenário de 30 secretarias, é um desrespeito a gente não ter. Eu também tenho pautas de direita. Eu vou lutar, por exemplo, pelo militar temporário, que está esquecido, e que é uma mão de obra super qualificada pelo Estado brasileiro. A gente não quer grandes rupturas, quer manter o BRT, mas quer trabalhar de Deodoro a Santa Cruz”.
Tarcísio Motta (PSOL) – “A questão é me levar ao segundo turno para discutar com o atual prefeito um debate qualificado das soluções para os problemas que a cidade precisa ter. O Rio merece muito mais. Nós podemos e devemos ter tarifa zero. Nós podemos e devemos ter educação integral inclusiva, nós podemos e devemos ter casa no centro da cidade e sobretudo, ter comida de qualidade saudável pra todo carioca, inadmissível que nós tenhamos quinhentas mil pessoas passando fome”.
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