Datafolha: 79% dos eleitores paulistanos acreditam que pode ter ocorrido fraude na eleição da Venezuela

67% dos entrevistados tomaram conhecimento do pleito para presidente no país. Pesquisa divulgada nesta segunda-feira (12) entrevistou 1.092 pessoas de 16 anos ou mais presencialmente em São Paulo nos dias 6 e 7 de agosto. A margem de erros é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (12) aponta que 79% dos eleitores da cidade de São Paulo acredita que pode ter ocorrido fraude na eleição da Venezuela, realizada em 28 de julho. 8% acreditam que o pleito ocorreu de forma normal e 13% disseram não saber.

De acordo com o Datafolha, entre os entrevistados que tomaram conhecimento da eleição, a taxa que avalia que houve fraude na eleição sobe para 88%.
Os mais instruídos, os que possuem renda familiar mensal de mais de 5 salários mínimos e os que se autodeclararam bolsonaristas estão entre os que mais avaliam que pode ter ocorrido fraude na eleição venezuelana, segundo a pesquisa.
O instituto ouviu 1.092 eleitores na capital paulista na terça (6) e na quarta (7). A margem de erro do levantamento, encomendado pelo jornal “Folha de S.Paulo” e registrado sob o número SP-03279/2024 na Justiça Eleitoral, é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.
O Datafolha também perguntou aos eleitores paulistanos se estão bem informados sobre os resultados da eleição Venezuelana: 67% disseram que tomaram conhecimento; desses, 24% disseram estar bem informados. 31% estão mais ou menos informados e 12% estão mal informados. 33% disseram não ter conhecimento sobre o tema.

Eleição na Venezuela
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Maduro foi reeleito com 51,95% dos votos, enquanto seu opositor, Edmundo González, recebeu 43,18%. A oposição e a comunidade internacional contestam o resultado divulgado pelo órgão eleitoral e pedem a divulgação das atas eleitorais. Segundo contagem paralela da oposição, González venceu Maduro com 67% dos votos, contra 30% de Maduro.
Com base nessas contagens, Estados Unidos, Panamá, Costa Rica, Peru, Argentina e Uruguai declararam que o candidato da oposição venceu Maduro.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) também não reconheceu o resultado das eleições presidenciais. Em relatório feito por observadores que acompanharam o pleito, a OEA diz haver indícios de que o governo Maduro distorceu o resultado.
O Brasil se posicionou ao lado de México e Colômbia, que divulgaram uma nota conjunta na quinta-feira (1º), pedindo a divulgação de atas eleitorais na Venezuela. A nota pede também a solução do impasse eleitoral no país pelas “vias institucionais” e que a soberania popular seja respeitada com “apuração imparcial”.
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Na terça-feira (6), González afirmou ter ganhado as eleições no país e, nesta quarta, disse que não comparecerá a uma audiência judicial no Tribunal Supremo de Justiça para a qual ele havia sido convocado.
Ele acusou ainda o Tribunal Supremo — composto por juízes em maioria alinhados ao regime de Maduro — de usar o Judiciário para “‘certificar’ resultados que ainda não foram produzidos de acordo com a Constituição e a lei, com acesso dos partícipes às atas originais.
O regime de Maduro disse que o oposicionista pode receber uma ordem de prisão caso não compareça. Mais de 1,2 mil pessoas foram presas após os protestos que tomaram o país depois das eleições. Maduro disse que González e a líder da oposição, María Corina Machado, deveriam “estar atrás das grades”.

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