Acidente aéreo com 62 mortos em Vinhedo ocorreu a 3,5 km da queda de helicóptero com noiva em 2018


Local do desastre com o voo da Voepass é próximo de outro caso marcante na cidade do interior paulista, que terminou sem mortos. Na ocasião, apesar do susto, noiva manteve o casamento; relembre. Relembre queda de helicóptero com noiva em Vinhedo em 2018
O avião com 58 passageiros e quatro tripulantes que caiu em Vinhedo (SP), na sexta-feira (9), sofreu o acidente a 3,5 km do local de outra ocorrência marcante na cidade do interior paulista: em 2018, um helicóptero que transportava uma noiva se acidentou antes da cerimônia de casamento.
Ao contrário da tragédia com a aeronave da Voepass, a maior do país em número de vítimas desde 2007, o acidente com o helicóptero não teve mortos – um dos quatro ocupantes sofreu ferimentos leves.
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A queda do ATR-72-500 ocorreu no condomínio residencial Recanto Florido, no bairro Capela, na área de uma casa que estava ocupada. “Vi a aeronave explodindo na garagem”, relatou Luiz Augusto de Oliveira, dono do imóvel. Ele, a mulher a empregada escaparam ilesos.
Já o acidente com o helicóptero foi em uma casa de eventos com construção semelhante a um castelo, no Altos do Morumbi, em 5 de maio de 2018. Além da noiva, o fotógrafo, um menino de 6 anos e o piloto estavam na aeronave. Apesar do susto, o casamento foi mantido.
À época, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) investigou a queda do helicóptero, que havia decolado do Aeródromo de Jundiaí, e publicou um relatório final simplificado em abril de 2020.
Sobre a queda do voo 2283 da Voepass, que matou 62 pessoas a bordo, o Cenipa prevê um relatório preliminar sobre as causas do acidente em cerca de 30 dias.
O órgao de investigação informou na terça-feira (13) que as duas caixas-pretas retiradas do avião que caiu em Vinhedo gravaram vozes e dados relacionados.
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Queda do avião da Voepass, que matou 62 pessoas, ocorreu a 3,5 km de outro acidente aéreo registrado em Vinhedo (SP), em 2018
Arte/g1
Queda do helicóptero
O relatório do Cenipa sobre a queda do helicóptero em Vinhedo pontua que “durante aproximação para pouso em área gramada, houve o toque do rotor de cauda em uma construção com consequente perda de controle da aeronave e, em seguida, colisão contra o solo, destruindo a aeronave.
O piloto apresentava certificado e habilitação válidos, e a aeronave estava com certificado válido. Contudo, os técnicos não puderam verificar se a aeronave estava dentro dos limites de peso e balanceamento, umas vez que “as escriturações das cadernetas de célula e motor não estavam atualizadas”.
O documento destaca ainda que as condições meteorológicas eram propícias à realização do voo.
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No entanto, a empresa envolvida na operação da aeronave “não tinha autorização para realizar a atividade de táxi-aéreo nem obteve autorização prévia” para pousar no local do evento, que também “não era certificado ou registrado e não havia garantias sobre a rampa ideal para aproximação ou iluminação adequada”.
A investigação foi interrompida baseada em critérios estabelecidos pelo decreto 9.540/2018, entre eles pelas irregularidades da operação.
“Ao se deixar de atender aos níveis mínimos de Segurança definidos pelo Estado Brasileiro, garantidos por meio do cumprimento dos Regulamentos Brasileiros de Homologação Aeronáutica (RBHA) ou Regulamentos Brasileiros de Aviação Civil (RBAC), podem-se criar condições inseguras latentes as quais deverão ser eliminadas ou mitigadas por meio do cumprimento da própria regulamentação”.
Destroços de avião em Vinhedo
Miguel Schincariol/AFP
Cronologia da tragédia
A aeronave da Voepass que caiu em Vinhedo na sexta (9), matando todos a bordo, voou por 1 hora e 35 minutos sem qualquer registro de ocorrências, até fazer uma curva brusca, despencar 4 mil metros em aproximadamente 1 minuto e sumir do radar, após explodir no terreno de uma casa em um condomínio residencial.
Ainda não se sabe o que causou o acidente, mas a queda em espiral sugere a ocorrência de um estol — que acontece quando a aeronave perde a sustentação que lhe permite voar —, segundo especialistas.
Veja, ponto a ponto, a cronologia do desastre:
A aeronave decolou às 11h46 e o voo seguiu tranquilo até 12h20.
Após 24 minutos, subiu até atingir 5 mil metros de altitude às 12h23, e seguiu nessa altura até as 13h21, quando começou a perder altitude.
Nesse momento, a aeronave fez uma curva brusca.
De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas.
Às 13h22 – um minuto depois do horário do último registro – a altitude estava em 1.250 metros, uma queda de aproximadamente 4 mil metros.
A velocidade dessa queda foi de 440 km/h.
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) informou que o ‘Salvaero’ foi acionado às 13h26 e encontrou a aeronave acidentada dentro de um condomínio.

A Força Aérea Brasileira informou que investigadores do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV), órgão regional do Cenipa, localizados em São Paulo, já estão a caminho para realizar a “Ação Inicial da ocorrência”.
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Arte g1
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