VÍDEO mostra cronologia de acidente com avião da Voepass que deixou 62 mortos em Vinhedo


Dados preliminares de caixas-pretas mostram que um minuto separa momento em que tripulação percebeu perda de altitude de colisão com o solo. Tragédia aérea é a maior do país desde 2007. Da decolagem à queda: a cronologia do voo que caiu em Vinhedo e matou 62 pessoas
Cerca de um minuto separa o momento em que a tripulação do voo 2283, da Voepass, notou uma queda brusca de altitude da colisão com o solo. Nesta sexta-feira (16), uma semana após a tragédia com 62 mortos em Vinhedo (SP), o g1 detalha, em vídeo, a cronologia do voo (veja acima).
Os registros mostram que aeronave, um ATR 72-500 geralmente utilizado em rotas regionais, decolou de Cascavel (PR) às 11h56 com 58 passageiros e quatro tripulantes. O voo tinha como destino Guarulhos (SP).
O avião subiu até atingir 5 mil metros de altitude às 12h23, e assim seguiu até 13h21. Foi neste momento que, segundo a plataforma Flightradar, a aeronave começou a perder altitude e fez uma curva brusca.
A partir das 13h21, segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), a aeronave deixou de responder às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo e não declarou emergência ou informou estar sob condições meteorológicas adversas.
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Um minuto depois do último registro, às 13h22, a altitude da aeronave foi para 1.250 metros, uma queda de aproximadamente 4 mil metros. A velocidade da perda de altitude foi de 440 km/h.
Segundo o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), o Centro de Coordenação de Salvamento Aeronáuticos (ARCC), conhecido como SALVAERO, foi acionado às 13h26 e encontrou a aeronave acidentada em um condomínio residencial.
Infográfico sobrepõe área de queda e revela ‘desenho’ de avião
Causas em investigação
Ainda não se sabe o que causou o acidente, mas a queda em espiral sugere a ocorrência de um estol — que acontece quando a aeronave perde a sustentação que lhe permite voar —, segundo especialistas.
O estol é uma situação na qual a asa perde completamente a sustentação útil, o que causa a queda brusca do avião. A depender da altitude e da condição, é possível recuperar a altitude em voo.
Os especialistas avaliam que a formação de gelo sobre as asas é uma das hipóteses. Apesar disso, são unânimes em afirmar que não existe um único fator que cause um acidente e que é prematuro tirar conclusões a partir dos vídeos ou das informações divulgadas.
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Uma análise de satélite aponta que o avião voou entre oito e dez minutos em uma formação de gelo severo — uma condição climática que o manual da fabricante classifica como de “emergência” e que pode levar a aeronave a perder sustentação e girar.
Avião que caiu em Vinhedo, SP, ficou destruído
Arquivo pessoal
O que diz a Voepass?
O CEO da Voepass Linhas Aéreas, Eduardo Busch, concedeu entrevista coletiva na noite de sexta (9) e afirmou que os pilotos eram experientes e os sistemas operacionais da aeronave estavam todos em funcionamento no momento da decolagem.
Mais cedo, a companhia aérea comunicou em nota que prioriza prestar irrestrita assistência às famílias das vítimas e colabora efetivamente com as autoridades para apuração das causas do acidente.
“A Voepass Linhas Aéreas informa que a aeronave PS-VPB, ATR-72, do voo 2283, decolou de CAC sem nenhuma restrição de voo, com todos os seus sistemas aptos para a realização da operação”.
Já na terça-feira (13), no primeiro pronunciamento após a tragédia, o presidente da Voepass, comandante José Luiz Felício Filho, expressou solidariedade às famílias das vítimas e destacou que a empresa segue “as melhores práticas internacionais” de segurança.
“Sempre construí uma base com diretrizes sólidas e sempre pautadas pelas melhores práticas internacionais para garantir a segurança operacional de todos. A vida dos nossos passageiros, assim como dos nossos tripulantes, sempre foi e continuará sendo nossa prioridade número um”, disse.
Caixões com os restos mortais das vítimas do acidente aéreo da Voepass são vistos na Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos (SP), nesta terça-feira, 13 de agosto de 2024. Algumas famílias participaram de uma cerimônia religiosa pouco antes dos restos mortais das vítimas serem colocados em um avião da Força Aérea para transportá-los aos seus familiares na cidade de Cascavel, no Paraná. A queda do ATR-72-500 da Voepass em Vinhedo, cidade do interior do São Paulo, causou a morte de 62 pessoas na última sexta-feira, 9.
ALEX SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO
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