Casal é preso após morte de menino com paralisia cerebral; polícia fala que vítima tinha sinais de maus-tratos e desnutrição


Um menino de quatro anos foi encontrado morto na casa onde morava com mãe, padrasto e irmãos.Vítima tinha ferimentos pelo corpo e um quadro grave de desnutrição. Caso ocorreu na Região Central de MG. Viatura da Polícia Militar (imagem ilustrativa)
Reprodução/TV Globo
A polícia prendeu um casal na noite deste domingo (17) após uma criança com paralisia cerebral ser encontrada morta. A Polícia Militar foi acionada por uma funerária, após funcionários notarem sinais de desnutrição e maus-tratos no corpo do menino, que tinha 4 anos de idade. O caso ocorreu no bairro Santo Antônio, em Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais.
A mãe, de 27 anos, relatou aos militares que teria dado banho na criança pela manhã, e o alimentou pela sonda abdominal por volta de meio-dia. Segundo ela, às 15h retornou ao quarto onde o filho ficava e tentou alimentá-lo novamente, mas que ele estava dormindo. A mãe contou, ainda, que voltou a rever o menino cinco horas depois, às 20h, mas que ele já estava frio e sem sinais de vida.
Morte de criança, com paralisia cerebral, levanta suspeita sobre maus tratos
Ela chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e os médicos atestaram o óbito da criança por causas desconhecidas. A mãe de pronto procurou por uma funerária para remover o corpo do filho, mas ao chegarem à casa da família, os funcionários chamaram a polícia quando viram o estado físico do menino. Segundo os militares, o corpo apresentava sinais de desnutrição grave, ferimentos na região do rosto e moscas e larvas na pele.
A mãe afirmou que se mudou para a atual casa há cerca de três meses, e que pediu apoio na unidade de saúde do bairro para acompanhamento do filho, mas que não havia recebido retorno dos agentes do bairro. Ela também disse não saber sobre o que causou os ferimentos no corpo da criança.
Pelo registro da Polícia Militar, o pai da criança sequer foi ouvido pelos policiais que atenderam a ocorrência, e a conduta negligente foi imposta majoritariamente à mãe. O homem que foi detido é companheiro da mulher e padrasto da criança.
No boletim, os militares afirmam que a mãe tinha consciência da situação e foi autuada por homicídio qualificado com a justificativa que a mulher tinha o dever legal do cuidado e proteção, mas assumiu o risco da morte, porém, não há relatos específicos sobre a conduta do pai e responsável pela vítima, citando apenas negligência e omissão. Os dois foram detidos e encaminhados à delegacia para prestar esclarecimentos. O corpo do menino foi
Outra filha morta
A mãe informou à polícia que há cerca de um ano uma outra filha, de apenas seis meses, morreu após se sufocar durante a amamentação. Segundo ela, ambas acabaram dormindo e a recém-nascida teve uma obstrução respiratória.
Além do menino de 4 anos e a menina de seis meses, que morreram, a mulher tem outros três filhos, de nove, oito e 1 ano. As crianças foram encaminhadas para um abrigo pelo Conselho Tutelar do município.
O g1 procurou a Polícia Civil para saber detalhes da investigação da morte da recém-nascida, e também a prefeitura de Sete Lagoas sobre qual acompanhamento era dado à família. Até a última edição da reportagem, não houve retorno das instituições.
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