Trump diz que a Turquia “detém a chave” para o futuro da Síria

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou, nesta segunda-feira (16), que a Turquia vai “deter a chave” para o que acontecerá na Síria, após a tomada do poder pelos rebeldes e a queda do regime de Bashar al-Assad no início deste mês.

Ao fazer seus primeiros comentários sobre como vê o papel turco na Síria pós-conflito, Trump elogiou o que descreveu como a “grande força militar” da Turquia, que, segundo ele, “não foi desgastada pela guerra”.

Ao apoiar os rebeldes, “a Turquia fez uma tomada de poder hostil sem muitas vidas perdidas”, disse Trump em uma entrevista coletiva em sua residência na Flórida.

A Turquia reabriu a embaixada em Damasco no sábado (14), dois dias depois do chefe de Inteligência do país ter visitado a capital síria.

A Turquia, que controla grandes áreas de terra no norte da Síria após diversas incursões transfronteiriças contra a milícia curda síria YPG, foi uma das principais apoiadoras de grupos de oposição que tentavam derrubar Assad, que era apoiado pelo Irã e pela Rússia, desde o início da guerra civil em 2011.

Desde a deposição de Assad, Washington e Ancara têm mantido conversas sobre como combater qualquer ressurgimento de militantes do Estado Islâmico na Síria. Washington manteve cerca de 900 tropas no leste da Síria como uma proteção contra os militantes.

Questionado sobre o que fará com essas tropas, Trump foi vago, apontando para a força militar da Turquia e destacando seu relacionamento com o presidente turco, Tayyip Erdogan.

“Erdogan é alguém com quem me dei muito bem. Ele construiu um Exército muito forte e poderoso”, disse Trump.

Entenda o conflito na Síria

O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco.

O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.

A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.

O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.

Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.

Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.

A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.

Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.

Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.

Saiba quem é o líder rebelde sírio e o grupo que derrubou Bashar al-Assad

Este conteúdo foi originalmente publicado em Trump diz que a Turquia “detém a chave” para o futuro da Síria no site CNN Brasil.

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