Operação mira quadrilha de fraudes no financiamento de veículos no RJ


Segundo as investigações, grupo causou prejuízo de R$ 4 milhões. Operação Loki cumpre 8 mandados de busca e apreensão. Policiais na casa da chefe da quadrilha, em Vila Kosmos
Reprodução/TV Globo
A Polícia Civil do RJ iniciou nesta quarta-feira (18) uma operação contra fraudes no financiamento de veículos. De acordo com as investigações, a quadrilha de estelionários, chefiada por mulheres, causou um prejuízo de R$ 4 milhões usando os CPFs e os documentos dos carros das vítimas.
A Operação Loki é comandada pela 41ª DP (Tanque). Os agentes cumprem 8 mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Criminal de Jacarepaguá.
“Essa quadrilha financiava veículos. Conseguimos apurar, após vários registros de ocorrência, a atuação dessa quadrilha. Constatamos que, eles conseguiram estabelecer uma dinâmica visando ludibriar as financeiras e terceiras pessoas”, diz o delegado Ricardo Barbosa.
Os golpistas atuam no Rio de Janeiro e em outros estados. Um dos mandados cumpridos pelos agentes é no Condomínio Golden Green, na Avenida Lúcio Costa, um dos mais caros da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
Os agentes também estão em uma concessionária da Estrada Intendente Magalhães, em Vila Valqueire, em Vila Kosmos e em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Os policiais chegaram a rastrear pelo menos 10 golpes por mês executados pelo grupo em concessionárias e bancos do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Delegado Ricardo Barbosa, da 41ª DP (Tanque)
Reprodução/TV Globo
Modus operandi
As investigações apontam que a quadrilha obtinha financiamentos ilegais utilizando os documentos de pessoas que não sabiam que os empréstimos foram realizados em seus nomes.
Os policiais também identificaram que algumas pessoas cederam seus documentos sabendo que seriam usados em fraudes e receberam uma compensação financeira.
O golpe acontece quando o carro da vítima é dado em garantia da dívida. O veículo, no caso, pertence a uma pessoa que não conhece o esquema e é surpreendida quando enfrenta restrições de crédito ou tem problemas com a documentação.
Algumas pessoas ficaram sabendo por meio de mandados de busca e apreensão do veículo em nome de instituições financeiras.
De acordo com a polícia, a quadrilha atua há, pelo menos, 2 anos. As táticas para dar veracidade aos golpes incluem a alteração de imagens por meio de ferramentas de edição e o uso de inteligência artificial.
O objetivo dos criminosos era produzir imagens dos carros com as placas dos veículos pertencentes às vítimas para enganar as instituições financeiras durante a tramitação dos documentos para a concretização do golpe.
Carros
Entre os modelos de carros que estavam na mira da quadrilha estão Jeep Compass, Creta e alguns tipos de BMW.
Um empresário, que não quis ser identificado, conta que foi vítima do golpe e surpreendido ao descobrir que criminosos usaram os documentos dele.
“Não sei quando tiveram acesso aos documentos do meu carro, nem nada. Pegaram esses documentos, utilizaram em um contrato de compra e venda. Pegaram a documentação de uma terceira pessoa, que também não sabia que tinha comprado um carro. Aí fizeram essa negociação, o banco pagou para esses golpistas o valor da suposta venda do veículo. E aí as partes foram prejudicadas”, afirmou o homem.
Os policiais alertam para os riscos de compartilhamento de dados pessoais e destacam a necessidade de verificar a procedência de qualquer transação envolvendo veículos.
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