O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP), deve deixar o cargo até o fim de 2025. A saída, segundo aliados, tem como objetivo permitir que ele reassuma o mandato de deputado federal e se prepare para disputar o Senado em 2026.
A Folha de S.Paulo publicou, neste domingo, que a saída antecipada ocorreria, e a CNN confirmou a informação.
A movimentação parte do próprio Derrite. Em vídeo publicado na rede social X, o secretário afirmou que existe sim a possibilidade de “retorno antecipado” ao Congresso Nacional e fez questão de negar qualquer insatisfação por parte do governador. “Quem está descontente comigo é o crime organizado”, disse.
A declaração foi feita após a repercussão de queixas atribuídas ao Palácio dos Bandeirantes. Derrite, no entanto, negou atritos e tratou o possível retorno à Câmara como natural.
Fontes próximas ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) dizem que a decisão está sendo construída em comum acordo e negam qualquer insatisfação com o secretário. Argumentam que, se houvesse desconforto, a substituição teria ocorrido de forma imediata — e não projetada para o fim do ano.
Interlocutores do Palácio reforçam que Derrite já havia manifestado o desejo de sair antes do prazo legal de desincompatibilização, que é abril de 2026. A avaliação dentro do governo é que, como parlamentar, ele terá mais liberdade para defender pautas nacionais de direita, inclusive ligadas à segurança, sem as limitações do cargo.
A escolha do sucessor ainda não está em discussão formal. A expectativa é de uma transição discreta, sem sobressaltos para a área, considerada estratégica na gestão Tarcísio.
Derrite assumiu a secretaria em janeiro de 2023. Foi eleito deputado federal em 2022, com mais de 239 mil votos. Em maio deste ano, trocou o PL pelo PP, partido pelo qual deve disputar o Senado com apoio do governador e do presidente da sigla, senador Ciro Nogueira (PI).
